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Aos 52, Fábio Jr., estréia "Mais de 20 e Poucos Anos"
Show reúne clássicos do repertório do cantor
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Aparentemente, Fábio Jr. leva a felicidade a sério. Diz que
fica muito nervoso antes de entrar em cena, que não é vaidoso
ou narcisista, e que todos aqueles sorrisos de galã e olhares xis
que estão em mais de cem fotos
penduradas na parede de sua
casa não fazem parte da composição de um personagem.
"Isso não existe", diz, como
se a pergunta fosse estranhíssima. "Como é que eu vou ser um
em casa e outro no palco?"
O intérprete dos clássicos
"Pai", "Alma Gêmea" (a melô
das "metade" da laranja), "Seu
Melhor Amigo" e a própria "Felicidade", todas no repertório
do show "Mais de 20 e Poucos
Anos", que estréia hoje no Tom
Brasil - Nações Unidas -a lotação está esgotada até sábado-,
reage com indignação quando
perguntam se fica chateado de
ter seu trabalho classificado como "brega" pela crítica.
"O que é ser brega? Tom Jobim era fã do Villa-Lobos e, de
repente, se fosse vivo, o Villa-Lobos poderia achar o Tom Jobim brega", compara, sentado
no amplo sofá marfim de sua
casa de 500 m2, chão de mármore e piano de cauda, no condomínio Tamboré.
É a assessora de imprensa
quem recebe a reportagem no
hall circular decorado com
quatro colunas "jônicas" estilizadas -algo que parece contagioso no condomínio.
Fábio Jr., 52, aparece cerca
de 20 minutos depois no living,
abrindo uma porta dupla de
correr. Ele está de blazer preto,
camiseta idem, calça jeans e sapatos de bicos quadrados e estreitos. Sua entrada se faz ao
som de Norah Jones, que toca
no CD player.
"Não achei o disco do Renato
Teixeira. Mas essa mulher é o
bicho", diz, sentando-se no sofá ladeado por mesinhas que
abrigam uma espécie de presépio sincrético, com uma imagem de Buda, outra hindu, um
candelabro judaico de oito velas e uma Bíblia aberta.
"Eu sou assim, acredito em
tudo e não acredito em nada.
As religiões são o grande câncer da civilização nesse planetinha", diz Fábio, que está lendo
"Jesus, o Maior Psicólogo que
Já Existiu" e, numa das fotos,
aparece com a cabeça recostada no ombro de Chico Xavier.
Em outra mesa, a das bebidas, há uma garrafa de 4,5 litros
de Johnny Walker rótulo vermelho. Ele se serve. Oferece.
Bebe todos os dias?
"Em vez de me controlar, por
que não aceita uma dose? Bebe,
relaxa", sugere, com a perna
cruzada e o pé balançando ansiosamente.
Melhor mudar de assunto:
pinta o cabelo (de tom verde
acastanhado opaco)?
"Pinto, mas faço questão de
deixar os grisalhos, pra não virar um Playmobil."
Fábio Jr. bebe apenas uma
dose: começa a relaxar quando
o repórter parte para observações que ele considera "punk"
(sobre a piscina recortada em
curvas, a churrasqueira, o jardim).Tem jardineiro?
"Ou você é da Casa Cor, ou da
Receita Federal."
Ficou rico?
"(Riso irônico) Com esse
monte de casamentos, vou ter
de fazer show até os cem anos."
Das cinco mulheres oficiais
("o resto é luz e água"), a mais
famosa é Glória Pires, com
quem teve Cléo, também atriz;
a última foi "a Sabrizinha", como ele chama a atriz e socialite
Patrícia de Sabrit, cujo casamento durou quatro meses e
terminou em briga com a mãe
dela, Marina de Sabrit. Fábio
diz que não se dá mais com nenhuma das ex.
E Cléo: é verdade que não
tem uma boa relação com a filha? "Toda família tem problemas, não vou falar disso."
Fábio Jr. não gosta de falar.
"Meu negócio é subir em um
palco e cantar. Objetivamente,
faria isso e voltaria para casa."
FÁBIO JR.
Quando: de hoje a sábado, às 22h
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r.
Bragança Paulista, 1.281, tel. 0/xx/11/2163-2000)
Quanto: ingressos esgotados
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