São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Aos 52, Fábio Jr., estréia "Mais de 20 e Poucos Anos"

Show reúne clássicos do repertório do cantor

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Aparentemente, Fábio Jr. leva a felicidade a sério. Diz que fica muito nervoso antes de entrar em cena, que não é vaidoso ou narcisista, e que todos aqueles sorrisos de galã e olhares xis que estão em mais de cem fotos penduradas na parede de sua casa não fazem parte da composição de um personagem.
"Isso não existe", diz, como se a pergunta fosse estranhíssima. "Como é que eu vou ser um em casa e outro no palco?"
O intérprete dos clássicos "Pai", "Alma Gêmea" (a melô das "metade" da laranja), "Seu Melhor Amigo" e a própria "Felicidade", todas no repertório do show "Mais de 20 e Poucos Anos", que estréia hoje no Tom Brasil - Nações Unidas -a lotação está esgotada até sábado-, reage com indignação quando perguntam se fica chateado de ter seu trabalho classificado como "brega" pela crítica.
"O que é ser brega? Tom Jobim era fã do Villa-Lobos e, de repente, se fosse vivo, o Villa-Lobos poderia achar o Tom Jobim brega", compara, sentado no amplo sofá marfim de sua casa de 500 m2, chão de mármore e piano de cauda, no condomínio Tamboré. É a assessora de imprensa quem recebe a reportagem no hall circular decorado com quatro colunas "jônicas" estilizadas -algo que parece contagioso no condomínio.
Fábio Jr., 52, aparece cerca de 20 minutos depois no living, abrindo uma porta dupla de correr. Ele está de blazer preto, camiseta idem, calça jeans e sapatos de bicos quadrados e estreitos. Sua entrada se faz ao som de Norah Jones, que toca no CD player.
"Não achei o disco do Renato Teixeira. Mas essa mulher é o bicho", diz, sentando-se no sofá ladeado por mesinhas que abrigam uma espécie de presépio sincrético, com uma imagem de Buda, outra hindu, um candelabro judaico de oito velas e uma Bíblia aberta. "Eu sou assim, acredito em tudo e não acredito em nada.
As religiões são o grande câncer da civilização nesse planetinha", diz Fábio, que está lendo "Jesus, o Maior Psicólogo que Já Existiu" e, numa das fotos, aparece com a cabeça recostada no ombro de Chico Xavier.
Em outra mesa, a das bebidas, há uma garrafa de 4,5 litros de Johnny Walker rótulo vermelho. Ele se serve. Oferece.
Bebe todos os dias?
"Em vez de me controlar, por que não aceita uma dose? Bebe, relaxa", sugere, com a perna cruzada e o pé balançando ansiosamente.
Melhor mudar de assunto: pinta o cabelo (de tom verde acastanhado opaco)?
"Pinto, mas faço questão de deixar os grisalhos, pra não virar um Playmobil."
Fábio Jr. bebe apenas uma dose: começa a relaxar quando o repórter parte para observações que ele considera "punk" (sobre a piscina recortada em curvas, a churrasqueira, o jardim).Tem jardineiro? "Ou você é da Casa Cor, ou da Receita Federal."
Ficou rico?
"(Riso irônico) Com esse monte de casamentos, vou ter de fazer show até os cem anos."
Das cinco mulheres oficiais ("o resto é luz e água"), a mais famosa é Glória Pires, com quem teve Cléo, também atriz; a última foi "a Sabrizinha", como ele chama a atriz e socialite Patrícia de Sabrit, cujo casamento durou quatro meses e terminou em briga com a mãe dela, Marina de Sabrit. Fábio diz que não se dá mais com nenhuma das ex.
E Cléo: é verdade que não tem uma boa relação com a filha? "Toda família tem problemas, não vou falar disso."
Fábio Jr. não gosta de falar.
"Meu negócio é subir em um palco e cantar. Objetivamente, faria isso e voltaria para casa."


FÁBIO JR.
Quando:
de hoje a sábado, às 22h
Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, tel. 0/xx/11/2163-2000)
Quanto: ingressos esgotados


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