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Crítica
"Código da Vinci" adapta idéia para vender ingresso
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A idéia muito popular de que
o mundo é regido por uma série
de conspirações retorna de
tempos em tempos ao mundo
dos best-sellers. Idéias tais como de que fomos visitados por
extraterrestres e que eles seriam nossos deuses, de que cada parágrafo da Bíblia tem uma
explicação científica povoam o
imaginário mundial antes de se
desfazerem como nuvens.
A hipótese mais recente a
motivar vendas de livros -e
que gerou o filme "O Código
da Vinci" (HBO Plus, 19h15)-
é a de que Cristo não só teve relações carnais com Maria Madalena como teria deixado descendentes. Fato ciosamente
abafado pelo Vaticano, é claro.
Digamos que tudo isso seja
verdade: abalaria a crença em
Cristo filho de Deus, devolvendo-o a uma condição terrena.
Em vista disso riscaríamos 20
séculos de história? Ou faríamos desses descendentes uma
nova nobreza de direito, aí sim,
divino? Enfim, para que servem essas hipóteses? Para vender livros (e, em menor escala,
entradas de cinema).
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