São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Cinema à la carte

Diretor de "Mondovino" lança livro em que ataca a "ditadura" de críticos de vinho e finaliza longa carioca com Charlotte Rampling, Irène Jacob e Bill Pullman

MARCOS STRECKER
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O cineasta Jonathan Nossiter ataca de novo. Depois de abalar a indústria do vinho com o polêmico documentário "Mondovino" (2004), o mais perigoso "terroirista" do mundo (defensor do "terroir", a cultura local na produção vinícola) volta à carga com o livro "Gosto e Poder - Vinho, Cinema e a Busca dos Prazeres" (Companhia das Letras, trad. Hildegard Feist, R$ 49, 288 págs.).
Por causa do filme, já foi chamado de "Michael Moore da cultura vinícola". Também ganhou do mais importante crítico de vinhos do mundo, Robert Parker, o apelido de "wine gestapo" (gestapo do vinho). Mas Nossiter não perde a pose e volta novamente suas baterias contra os discursos "autoritários" de enófilos.
Já lançada na França, a obra foi encorpada e amadurecida em sua edição brasileira e explora de forma mais clara a relação entre cinema e vinho. Procura discutir a liberdade na formação de gostos, o respeito à individualidade, o combate ao discurso elitista. Para ele, o cinema independente e a cultura local de vinho estão em grave risco de extinção. Trata-se de duas faces da mesma moeda.
Nossiter, que mora no Rio e se naturalizou brasileiro neste ano, também está finalizando "Rio Sex Comedy", longa que rodou no Rio de Janeiro e será lançado em 2010. A comédia, estrelada por Charlotte Rampling, Irène Jacob e Bill Pullman, brinca com os estereótipos sobre o país.


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