São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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"Rio Sex Comedy" tem de Irène Jacob a Ivo Pitanguy

Paula Prandini/Cinéma Dépendant/Divulgação
Jérôme Kircher (ao fundo), Irène Jacob, Jean-Marc Roulot e Mary Sheyla em "Rio Sex Comedy", que será lançado em 2010

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O negócio de Jonathan Nossiter sempre foi cinema -e de produção independente, claro. O cineasta venceu o Festival Sundance-97 com "Domingo É Dia", fez em "Signos e Desejos" (2000) uma ousada adaptação do romance "Cosmos", do polonês Witold Gombrowicz (1904-69), e encantou a crítica cinematográfica mundial com "Mondovino" (2004), um dos raríssimos documentários a serem selecionados para competir no Festival de Cannes.
Agora, Nossiter está finalizando "Rio Sex Comedy", produção franco-brasileira a ser lançada em 2010. Com elenco internacional, o longa é estrelado por Charlotte Rampling, Irène Jacob, Bill Pullman e Ivo Pitanguy. Ivo Pitanguy? "Meu filme é uma comédia sobre desentendimento cultural e linguístico", diz Nossiter.
O cirurgião plástico faz o papel dele mesmo. Seu personagem interage com a personagem de Charlotte Rampling -que já havia trabalhado com Nossiter em "Signos e Desejos"-, uma cirurgiã plástica europeia que se muda para o Rio e trabalha em um programa social de assistência gratuita à população.
Irène Jacob faz uma antropóloga que vem ao Rio pesquisar a relação entre empregadas domésticas e suas patroas. Bill Pullman interpreta o embaixador americano, que abandona o cargo e acaba se perdendo nas favelas cariocas. Em comum, todos os personagens estrangeiros se desencantam e têm suas vidas transformadas na cidade.
O filme foi rodado entre junho e novembro de 2008, e desde então está em processo de finalização. Tem ainda no elenco Jérôme Kircher, Jean-Marc Roulot e Mary Sheyla, que integra o grupo Nós do Morro e atuou em "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho. Segundo Nossiter, a produção foi quase comunitária. Cada ator recebeu o mesmo valor (incluindo as estrelas) e não havia maquiagem nem figurino.
Além da presença de atores não profissionais (muitos depoimentos são dos próprios moradores das favelas), a direção de arte foi planejada para misturar as cenas ficcionais com situações reais. "O filme foi feito com um prazer e uma liberdade total, não tinha ninguém atrás falando ou dando ordens", diz. "A linha entre documentário e ficção é imperceptível.
Isso deixou a gente livre para voltar nos lugares, deixou a possibilidade de improvisar. Filmamos um dia na clínica do Pitanguy em Botafogo, depois nas favelas do Cantagalo e do Vidigal. Foi um roteiro físico da cidade complexo, sempre com uma troca entre lugares e situações.
Isso colocou os atores em uma situação de desequilíbrio positivo. Acho que essa energia está na tela." (MS)


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