|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Rio Sex Comedy" tem de Irène Jacob a Ivo Pitanguy
Paula Prandini/Cinéma Dépendant/Divulgação
|
|
Jérôme Kircher (ao fundo), Irène Jacob, Jean-Marc Roulot e Mary Sheyla em "Rio Sex Comedy", que será lançado em 2010
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O negócio de Jonathan Nossiter sempre foi cinema -e de
produção independente, claro.
O cineasta venceu o Festival
Sundance-97 com "Domingo É
Dia", fez em "Signos e Desejos"
(2000) uma ousada adaptação
do romance "Cosmos", do polonês Witold Gombrowicz (1904-69), e encantou a crítica cinematográfica mundial com
"Mondovino" (2004), um dos
raríssimos documentários a serem selecionados para competir no Festival de Cannes.
Agora, Nossiter está finalizando "Rio Sex Comedy", produção franco-brasileira a ser
lançada em 2010. Com elenco
internacional, o longa é estrelado por Charlotte Rampling,
Irène Jacob, Bill Pullman e Ivo
Pitanguy. Ivo Pitanguy?
"Meu filme é uma comédia
sobre desentendimento cultural e linguístico", diz Nossiter.
O cirurgião plástico faz o papel
dele mesmo. Seu personagem
interage com a personagem de
Charlotte Rampling -que já
havia trabalhado com Nossiter
em "Signos e Desejos"-, uma
cirurgiã plástica europeia que
se muda para o Rio e trabalha
em um programa social de assistência gratuita à população.
Irène Jacob faz uma antropóloga que vem ao Rio pesquisar a relação entre empregadas
domésticas e suas patroas.
Bill Pullman interpreta o embaixador americano, que abandona o cargo e acaba se perdendo nas favelas cariocas.
Em comum, todos os personagens estrangeiros se desencantam e têm suas vidas transformadas na cidade.
O filme foi rodado entre junho e novembro de 2008, e desde então está em processo de finalização. Tem ainda no elenco
Jérôme Kircher, Jean-Marc
Roulot e Mary Sheyla, que integra o grupo Nós do Morro e
atuou em "Jogo de Cena", de
Eduardo Coutinho.
Segundo Nossiter, a produção foi quase comunitária. Cada ator recebeu o mesmo valor
(incluindo as estrelas) e não havia maquiagem nem figurino.
Além da presença de atores não
profissionais (muitos depoimentos são dos próprios moradores das favelas), a direção de
arte foi planejada para misturar as cenas ficcionais com situações reais.
"O filme foi feito com um
prazer e uma liberdade total,
não tinha ninguém atrás falando ou dando ordens", diz.
"A linha entre documentário
e ficção é imperceptível.
Isso
deixou a gente livre para voltar
nos lugares, deixou a possibilidade de improvisar. Filmamos
um dia na clínica do Pitanguy
em Botafogo, depois nas favelas
do Cantagalo e do Vidigal. Foi
um roteiro físico da cidade
complexo, sempre com uma
troca entre lugares e situações.
Isso colocou os atores em uma
situação de desequilíbrio positivo. Acho que essa energia está
na tela."
(MS)
Texto Anterior: "Gosto é uma expressão da liberdade pessoal" Próximo Texto: Argentina prepara lei de incentivo à cultura Índice
|