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PING-PONG
Glória Perez
A autora de "O Clone",
Glória Perez, foi uma das
estrelas da propaganda
eleitoral de José Serra na
TV. Com outros movimentos populares, ela defendeu mudanças no Código Penal para tornar as penas aos assassinos mais
efetivas. Guilherme de Pádua, assassino de sua filha,
Daniela Perez, foi condenado a 19 anos de prisão, e
cumpriu seis. Hoje, faz teatro em Minas Gerais.
Folha - O que você vai fazer
agora?
Glória Perez - Nós vamos
continuar tentando ganhar
vários setores para essa causa. As pessoas não têm noção de como a legislação é
injusta para quem é atingido
por um assassinato. Depois,
procuraremos o Congresso.
As propostas de mudança na
lei já existem, mas não são
votadas.
Folha - Em resumo, qual é a
sua proposta?
Glória - O nosso movimento não pede pena de morte,
nem aumento de pena. Pedimos apenas uma lei que seja
cumprida. Por exemplo,
uma pessoa que matou alguém, depois de cinco anos
de esgotada a pena, volta a
ser primária de novo. Limpa
o nome. É um absurdo: você
apaga a existência civil da
pessoa que foi morta. Afinal,
se o assassino tem o nome
limpo, é porque não matou
ninguém. É muito cruel.
Folha - Há outro ponto?
Glória - Sim. O excesso de
recursos pode adiar um julgamento por 20 anos. Depende só da habilidade do
advogado. É claro que você
tem que ter os recursos necessários para o esclarecimento da verdade. Mas não
precisa levar um processo
adiante indefinidamente. A
pena máxima é outro exemplo. Ela é de 30 anos mas, na
verdade, quando a pessoa é
condenada a 20 anos, tem
direito a outro julgamento. E
aí são mais dez anos. Tem
que acabar com isso. A Justiça tardia é injusta.
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