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Nas lojas
Drama
O Estranho
ORSON WELLES
Distribuidora: MGM; Quanto: R$ 34,90;
Avaliação: ótimo
Welles aproveita aqui o pequeno intervalo entre o fim da Segunda Guerra e o
começo da Guerra Fria para narrar a história de Charles Rankin (o próprio Welles), na verdade Franz Kindler, que procura, no Connecticut, criar condições para um "revival" do nacional-socialismo.
Do lado oposto está Edward G. Robinson, o detetive que trabalha para
localizá-lo. Por não ter controle sobre o resultado final, Welles queixa-se amargamente do corte de certas seqüências pelos produtores. O
que sobrou, no entanto, dá conta de um Welles mais modesto do que o
habitual, em termos de amplitude. A opulência estilística, no entanto,
é a mesma de sempre, e Welles consegue articular sua opulência estilística com a descrição da vida de uma pequena cidade. Para ver ou rever.
(INÁCIO ARAUJO)
Drama
Em Segredo
JASMILA ZBANIC
Distribuidora: Imagem; Quanto: só locação;
Avaliação: bom
Como em "A Vida Secreta das Palavras"
(2005), da espanhola Isabel Coixet, o
horror da guerra nos Bálcãs é examinado pela perspectiva da brutalidade cometida contra mulheres. Este primeiro longa solo da diretora e roteirista bósnia Jasmila Zbanic recebeu o Urso de
Ouro de melhor filme e o prêmio do júri ecumênico no Festival de Berlim em 2006. Mãe (Mirjana Karanovic, de "A Vida É um Milagre") e filha adolescente (a estreante Luna Mijovic) vivem em Grbavica (título
original), distrito operário de Sarajevo, já em tempos de paz, mas as
dificuldades cotidianas e os conflitos geracionais entre as duas são
agravados por fantasmas do conflito. A certa altura, a mãe assiste na
TV ao que parece ser o documentário brasileiro "Ônibus 174", de José
Padilha, e se emociona com a tragédia do ex-menino de rua. A dela não
fica muito atrás.
(SÉRGIO RIZZO)
Comédia musical
A Moreninha
GLAUCO MIRKO LAURELLI
Distribuidora: Casablanca; Quanto: R$ 39,90;
Avaliação: regular
Ao adaptar para o cinema, em 1970, a
farsa teatral "A Moreninha", baseada
por sua vez no romance oitocentista de
Joaquim Manoel de Macedo, o diretor
Glauco Mirko Laurelli optou por acentuar a ingenuidade e o romantismo do
material até as raias da ironia. Abandonando todo naturalismo, apostou na música, nas coreografias e nos
diálogos rimados para contar a história de jovens enamorados que se
reencontram na ilha de Paquetá (RJ) anos depois de terem jurado
amor eterno. O filme soa deslocado hoje, mas tem, além da virada metalingüística final, a curiosidade de ser protagonizado por Sonia Braga
(então com 20 anos) e David Cardoso, que nos anos seguintes seriam
astros do erotismo brasileiro.
(JOSÉ GERALDO COUTO)
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