São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Nas lojas

Drama
O Estranho
ORSON WELLES
Distribuidora:
MGM; Quanto: R$ 34,90;
Avaliação: ótimo
Welles aproveita aqui o pequeno intervalo entre o fim da Segunda Guerra e o começo da Guerra Fria para narrar a história de Charles Rankin (o próprio Welles), na verdade Franz Kindler, que procura, no Connecticut, criar condições para um "revival" do nacional-socialismo. Do lado oposto está Edward G. Robinson, o detetive que trabalha para localizá-lo. Por não ter controle sobre o resultado final, Welles queixa-se amargamente do corte de certas seqüências pelos produtores. O que sobrou, no entanto, dá conta de um Welles mais modesto do que o habitual, em termos de amplitude. A opulência estilística, no entanto, é a mesma de sempre, e Welles consegue articular sua opulência estilística com a descrição da vida de uma pequena cidade. Para ver ou rever. (INÁCIO ARAUJO)

Drama
Em Segredo
JASMILA ZBANIC
Distribuidora:
Imagem; Quanto: só locação;
Avaliação: bom
Como em "A Vida Secreta das Palavras" (2005), da espanhola Isabel Coixet, o horror da guerra nos Bálcãs é examinado pela perspectiva da brutalidade cometida contra mulheres. Este primeiro longa solo da diretora e roteirista bósnia Jasmila Zbanic recebeu o Urso de Ouro de melhor filme e o prêmio do júri ecumênico no Festival de Berlim em 2006. Mãe (Mirjana Karanovic, de "A Vida É um Milagre") e filha adolescente (a estreante Luna Mijovic) vivem em Grbavica (título original), distrito operário de Sarajevo, já em tempos de paz, mas as dificuldades cotidianas e os conflitos geracionais entre as duas são agravados por fantasmas do conflito. A certa altura, a mãe assiste na TV ao que parece ser o documentário brasileiro "Ônibus 174", de José Padilha, e se emociona com a tragédia do ex-menino de rua. A dela não fica muito atrás. (SÉRGIO RIZZO)

Comédia musical
A Moreninha
GLAUCO MIRKO LAURELLI
Distribuidora:
Casablanca; Quanto: R$ 39,90;
Avaliação: regular Ao adaptar para o cinema, em 1970, a farsa teatral "A Moreninha", baseada por sua vez no romance oitocentista de Joaquim Manoel de Macedo, o diretor Glauco Mirko Laurelli optou por acentuar a ingenuidade e o romantismo do material até as raias da ironia. Abandonando todo naturalismo, apostou na música, nas coreografias e nos diálogos rimados para contar a história de jovens enamorados que se reencontram na ilha de Paquetá (RJ) anos depois de terem jurado amor eterno. O filme soa deslocado hoje, mas tem, além da virada metalingüística final, a curiosidade de ser protagonizado por Sonia Braga (então com 20 anos) e David Cardoso, que nos anos seguintes seriam astros do erotismo brasileiro. (JOSÉ GERALDO COUTO)


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