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TV e cinema unem Brasil e Alemanha
Acordo que será tratado na Mostra aguarda sanção presidencial, mas já prevê parceria em filme infantil
ANA LAURA NAHAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um filme-família baseado no
livro infantil "Eu e Meu Guarda-Chuva", do titã Branco Mello e do parlapatão Hugo Possolo, inaugura um acordo de co-produção de filmes e séries de
TV entre o Brasil e a Alemanha.
O longa-metragem, com direção de Toni Vanzolini (diretor de arte de "Eu Tu Eles" e "O
Homem do Ano"), roteiro de
Adriana Falcão e elenco ainda
indefinido, começa a ser rodado em julho e deve chegar aos
cinemas um ano depois.
Segundo Leonardo Monteiro
de Barros, da Conspiração Filmes, serão sete semanas de gravações no Brasil e uma na Alemanha, com vilão germânico e
herói brasileiro. Entre os recursos, 20% serão captados por
lá (pela produtora 2 Pilot) e
80% divididos aqui (entre a
Conspiração e a Fox do Brasil).
O acordo, firmado em janeiro
em Berlim e aprovado pelo Senado brasileiro no último dia
18, aguarda sanção do presidente Lula. Sancionado, permitirá a parceria comercial entre
os dois países. "Os filmes e as
séries poderão utilizar as leis de
incentivo no Brasil e os fundos
de financiamento na Alemanha", explica o diretor da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Mario Diamante.
Uma convenção semelhante,
de 1974, viabilizou a produção
dos longas "O Céu de Suely"
(2006), de Karim Aïnouz, "A
Matadeira" (1994), de Jorge
Furtado, e "Erotic" (1994), de
Ana Maria Magalhães. Mas não
previa, ao contrário da atual, o
financiamento de programas
de TV e a distribuição de filmes
no exterior -"Cinema, Aspirinas e Urubus" deve ser o primeiro título nacional a ser levado aos cinemas alemães.
"O acordo é um grande avanço", disse à Folha o diretor da
TV alemã ZDF Meinolf Zurhorst, que está em São Paulo
para dois debates na Mostra.
Hoje, às 18h, ele participa do
encontro "Co-Produção Cinema e TV e o Papel da TV Pública"; amanhã, às 16h, integra a
mesa "Co-Produção Alemanha/Brasil - O Novo Acordo",
no shopping Frei Caneca (r.
Frei Caneca, 569, Consolação).
Zurhorst dirige o departamento de cinema da ZDF, uma
das duas emissoras públicas da
Alemanha, e administra o canal
Arte, mantido por seu país em
parceria com a França desde
1993. Para ele, a criação da TV
pública brasileira, que o governo federal pretende lançar em
dezembro, é uma iniciativa relevante. "A TV pública é uma
parte importante da vida cultural e política do país", defende
Zurhorst .
Ainda não se sabe qual papel
efetivo terá a Empresa Brasil
de Comunicação na produção
de cinema, mas as expectativas
são grandes. "Como no mundo
inteiro as televisões públicas
co-produzem filmes, é forte a
tendência de isso se repetir no
Brasil", acredita Diamante.
Zurhorst concorda. "A TV
pública não depende de publicidade, então ela pode apresentar à platéia diferentes pontos
de vista ou de estética", afirma.
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