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Crítica
Leone alia revolução e conto de fadas
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É possível pensar que todos
os faroestes de Sergio Leone
fossem nada mais que uma preparação para "Quando Explode a Vingança" (TC Cult,
22h), o mais desvairado de todos os seus filmes.
Mas é possível pensar, mais
ainda, que os ventos de 68 tenham soprado na preparação
deste filme que promove, no
México revolucionário, encontro entre o bandoleiro Miranda
(Rod Steiger) e Sean Mallory
(James Coburn), revolucionário e emérito dinamitador.
Diga-se que a entrada de Coburn, quando abre sua capa de
Antonio das Mortes, como um
exibicionista, e mostra o arsenal ali contido, é antológica.
Passemos, pois a associação
destina-se, em princípio, ao assalto a um banco.
Faz tempo que não vejo o filme, mas não o bastante para
esquecer que um de seus títulos originais foi "Era uma Vez...
a Revolução". Profético, em
parte, porque associa a idéia de
revolução a um conto de fadas,
cuja existência só pode acontecer, no entanto, na imaginação.
De certa forma, estamos como que numa seqüência de
"Vera Cruz", o faroeste de Robert Aldrich, em que, na mesma revolução, se encontravam
Gary Cooper e Burt Lancaster.
Aldrich inaugurou o faroeste
de violência extrema. Leone
parece disposto a dinamitar o
que encontra pela frente. Algumas cenas são espetaculares,
outras de rolar de rir. O conjunto é a rever: será que se
agüenta ou que o tempo também o esfacelou?
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