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Casey Spooner, da dupla Fischerspooner, nos bastidores

Já passava das 13h, hora marcada para a passagem de som, e ainda não havia água, luz elétrica nem camarim montado nos bastidores do show do Fischerspooner, dupla americana de música eletrônica que se apresentou no domingo na Bienal. Uma das principais atrações anunciadas nesta edição da mostra, o show quase foi cortado quando o presidente da Fundação Bienal pediu que o curador Ivo Mesquita reduzisse em 40% o orçamento, um mês antes da abertura. Um lote de sanduíches de mortadela foi providenciado pela produção, mas todos os integrantes do Fischerspooner são vegetarianos. Ficaram sem almoço. Entre gritos com as bailarinas desorientadas, Casey Spooner, vocalista do grupo, falou à coluna.
(SILAS MARTÍ)

 

FOLHA - Como foi o planejamento do show?
CASEY SPOONER - Quando conversamos a primeira vez, o Ivo [Mesquita] tinha dito para sonharmos os sonhos mais ambiciosos, mas depois tivemos de revisar o projeto umas sete vezes. Acabamos com o show mais pelado, mais esquelético e minimalista possível. Fizemos só um show pop tradicional. Teríamos ações performáticas, algo que durasse vários dias, não só um show de uma hora.

FOLHA - O principal motivo dos problemas foram os cortes do orçamento?
SPOONER - Não tenho problema em ganhar muito ou pouco dinheiro, mas os limites têm de ser dados de antemão. É terrível ir descascando uma proposta até não sobrar nada. Foi um processo muito difícil. Dois dias antes de embarcar, a gente nem sabia se viria. Não tínhamos recebido nenhuma confirmação do show, nem nada do dinheiro da produção. Não dá para fazer um show sem saber se vai ser pago ou não. Esse foi o show mais desgastante e doloroso da minha vida.

FOLHA - A versão simplificada do show ainda se encaixa na proposta desta Bienal?
SPOONER - Aqui foi basicamente o show normal, porque, com as limitações, é tudo que pudemos fazer. Não tem nada a ver com nossa proposta inicial, nem com arte.

Mais Roberto e Caetano

Roberto Carlos e Caetano Veloso planejam para dezembro uma temporada de sete apresentações a preços populares -mais baratos do que os shows de agosto, vendidos a até R$ 350. Já há datas reservadas no ginásio do Ibirapuera.

ROBERTO E CAETANO 2
Apesar de a realização dos shows ainda depender de patrocinadores, Roberto e Caetano já planejam mudanças no repertório. Além de Tom Jobim, eles tocariam homenagens mútuas. Roberto quer cantar "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos", música que compôs para Caetano. Caetano quer responder com "Força Estranha", que fez para Roberto.

NA GANDAIA
As bandas The National e MGMT desceram do palco do Tim Festival no sábado e apareceram no bar sem nome, em Pinheiros. Ficaram até as 4h.

CELULÓIDE
O diretor Marco Bechis picotou uma das cópias 35 mm do filme "Terra Vermelha" e distribuiu pedaços da celulóide entre os mais de 300 índios guarani-caiovás que integraram elenco e equipe. A distribuição aconteceu no sábado, após a sessão de cinema para a comunidade indígena em Dourados (MS). O filme estréia no dia 28 de novembro.

PÓDIO
É assinado por Oscar Niemeyer o troféu que o campeão do GP Brasil de Fórmula 1 receberá no domingo, em São Paulo.

CRISE? QUE CRISE?
A crise mundial parece não ter chegado ao mercado brasileiro de carros de luxo. A Audi se prepara para receber em novembro um navio carregado com 406 carros, avaliados em R$ 11 milhões. Destes, 76 são modelos A4 (que custam a partir de R$ 159 mil), 11 são A5 (cerca de R$ 300 mil) e três unidades são do esportivo R8 (a partir de R$ 555 mil). Esses 90, os mais caros do carregamento, já estão vendidos.

CASA DE BONECA
Eliana assinou contrato com a multinacional de brinquedos Hasbro -o primeiro licenciamento da marca para uma pessoa física no Brasil.

HIDROTÔNICO
O advogado João Antônio de Oliveira Júnior enviou petição ao Conar contestando a defesa da Coca-Cola no caso da bebida i9, em que a empresa é acusada de fazer publicidade enganosa ao apresentar o produto como "hidrotônico", categoria inexistente na classificação da Anvisa. Na nova manifestação, Oliveira Jr. contesta uma outra peça da campanha do i9, que tem os dizeres "beba antes, entenda depois".

DÚVIDA
Em SP para inaugurar exposição no Instituto Tomie Ohtake, o designer egípcio Karim Rashid ganhou jantar na casa de Camila Tarik, na sexta; a abertura da Bienal o intrigou: "Será que a proposta é mesmo contemplar o vazio ou faltaram fundos?"

CURTO-CIRCUITO
A BANDA ITAPUÃ BEAT se apresenta hoje na choperia do Sesc com performances da baterista Tamima Brasil. Maiores de 18 anos.
O DOCUMENTÁRIO "FAVELA ON BLAST" (16 anos), de Leandro HBL e Wesley Pentz, será apresentado hoje, às 21h30, no Espaço Unibanco. Depois tem festa no Studio SP (18 anos).
"PRIMO AMORE" , texto inédito de Letizia Russo, terá leitura dramática com Rodrigo Gaion, hoje, às 19h30, no Instituto Ítalo-Brasileiro, na rua Frei Caneca. Acima de 16 anos. Entrada franca.
O RESTAURANTE PJ CLARKE'S , de NY, será inaugurado hoje em SP com festa para convidados, às 21h, no Itaim.
A BIÓLOGA LUISA VILLA faz palestra hoje sobre câncer, discutindo a relação de vírus e bactérias com fatores externos, como sol e alimentação, no hospital A.C.Camargo.

com IVAN FINOTTI (interino), JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO

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