|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Longa não tem estréia acertada
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Melhor filme do 35º Festival de
Brasília do Cinema Brasileiro segundo o júri oficial e nas escolhas
do público e da crítica, "Amarelo
Manga", do pernambucano Cláudio Assis, 42, ainda não tem estréia acertada no Brasil.
O longa -que venceu também
nas categorias fotografia (Walter
Carvalho), montagem (Paulo Sacramento) e ator (Chico Diaz)-
foi feito com R$ 800 mil, obtidos
num concurso do Ministério da
Cultura para produção de filmes
orçados em até R$ 1 milhão.
Com a premiação, a produção
tentará negociar com distribuidoras nacionais o lançamento para
2003. "Queria fazer um filme para
mostrar a cara do povo brasileiro.
Somos do Terceiro Mundo e precisamos nos olhar", disse Assis.
A mirada do cineasta para o
Brasil da gente pobre derrotou
um concorrente que também reivindica o rótulo da urgência social
("Cama de Gato", de Alexandre
Stockler) e outro que se transporta para o país no século 16 ("Desmundo", de Alain Fresnot).
O filme de Stockler recebeu apenas o prêmio de ator coadjuvante
(Rodrigo Bolzan), e o de Fresnot,
os de atriz coadjuvante (Berta Zemel) e trilha (John Neschling).
Os demais troféus importantes
foram para "Dois Perdidos numa
Noite Suja", de José Joffily: melhor diretor, roteiro (Paulo Halm)
e atriz (Débora Falabella).
"Lua Cambará", de Rosemberg
Cariry, ficou sem troféus, e o azarão "A Festa de Margarette", de
Renato Falcão, um filme mudo,
feito em preto-e-branco, com R$
350 mil, surpreendeu, com dois
prêmios: direção de arte (Rodrigo
Lopez) e diretor revelação, dado
como prêmio especial do júri.
A entrega dos troféus Candango
foi realizada no Teatro Nacional
Cláudio Santoro, anteontem.
A noite foi de agradecimentos e
dedicatórias, contrastando com
os discursos que antecederam os
filmes, em que referências ao governo eleito foram constantes.
A jornalista Silvana Arantes viajou a
convite da organização do festival
Texto Anterior: Cinema: Vencedor do Festival de Brasília renova estética dos desvalidos Próximo Texto: Crítica: Globo faz baianidade cansada de guerra Índice
|