São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Longa não tem estréia acertada

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Melhor filme do 35º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro segundo o júri oficial e nas escolhas do público e da crítica, "Amarelo Manga", do pernambucano Cláudio Assis, 42, ainda não tem estréia acertada no Brasil.
O longa -que venceu também nas categorias fotografia (Walter Carvalho), montagem (Paulo Sacramento) e ator (Chico Diaz)- foi feito com R$ 800 mil, obtidos num concurso do Ministério da Cultura para produção de filmes orçados em até R$ 1 milhão.
Com a premiação, a produção tentará negociar com distribuidoras nacionais o lançamento para 2003. "Queria fazer um filme para mostrar a cara do povo brasileiro. Somos do Terceiro Mundo e precisamos nos olhar", disse Assis.
A mirada do cineasta para o Brasil da gente pobre derrotou um concorrente que também reivindica o rótulo da urgência social ("Cama de Gato", de Alexandre Stockler) e outro que se transporta para o país no século 16 ("Desmundo", de Alain Fresnot).
O filme de Stockler recebeu apenas o prêmio de ator coadjuvante (Rodrigo Bolzan), e o de Fresnot, os de atriz coadjuvante (Berta Zemel) e trilha (John Neschling).
Os demais troféus importantes foram para "Dois Perdidos numa Noite Suja", de José Joffily: melhor diretor, roteiro (Paulo Halm) e atriz (Débora Falabella).
"Lua Cambará", de Rosemberg Cariry, ficou sem troféus, e o azarão "A Festa de Margarette", de Renato Falcão, um filme mudo, feito em preto-e-branco, com R$ 350 mil, surpreendeu, com dois prêmios: direção de arte (Rodrigo Lopez) e diretor revelação, dado como prêmio especial do júri.
A entrega dos troféus Candango foi realizada no Teatro Nacional Cláudio Santoro, anteontem.
A noite foi de agradecimentos e dedicatórias, contrastando com os discursos que antecederam os filmes, em que referências ao governo eleito foram constantes.


A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da organização do festival


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