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São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

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COPIÃO

Prêmio coroa liberação das imagens de Glauber

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta Silvio Tendler esperou 22 anos para concluir o documentário "Glauber o Filme, Labirinto do Brasil", eleito pela crítica e pelo júri popular do 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (de 18/11 a 25/11) como o melhor longa da mostra competitiva.
Foi o tempo necessário para que dona Lúcia Rocha, mãe do cineasta Glauber Rocha (1939-1981), concordasse com a utilização, num filme, das imagens da preparação do corpo e do enterro de Glauber, registradas pelo fotógrafo Walter Carvalho em 36 horas ininterruptas de filmagem.
"Não te proibi [de usar as imagens]. Apenas queria que o filme amadurecesse", foi o que Tendler ouviu de dona Lúcia neste ano, no dia da primeira exibição pública do documentário, no Rio de Janeiro.
Tendler acha que a espera de fato foi benéfica para o resultado final. "Em 1981, eu teria feito um pastiche de "Di'", afirma.
"Di" é o filme-réquiem de Glauber Rocha para o artista plástico Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), que tem suas exibições públicas interditadas pela Justiça, a pedido da família do artista.

LANÇAMENTOS FUTUROS 1
A Columbia/Buena Vista calcula ter R$ 11,4 milhões para investir em audiovisual brasileiro através das leis de incentivo à cultura em 2004. Atualizados trimestralmente, os cálculos ainda podem ter variação até dezembro.

LANÇAMENTOS FUTUROS 2
Lina Chamie ("Tônica Dominante") negocia co-produção com a Espanha de seu segundo longa, "Onde Não Há Jardim". Selecionada para oficina de roteiros em Madri, Chamie teve consultoria do argentino Fernando Castets, parceiro de Juan José Campanella ("O Filho da Noiva") em seus filmes.

MEIA TAÇA 1
Com o resultado de 211 mil espectadores no fim de semana de estréia, "A Taça do Mundo É Nossa", do Casseta & Planeta, arrisca não chegar ao 1,5 milhão de espectadores, mínimo necessário para a recuperação dos R$ 6 milhões investidos em seu lançamento.

MEIA TAÇA 2
O relativo fracasso do filme pode ter um efeito positivo para a Globo Filmes: arrefecer a idéia de que, com seu aparato de divulgação, qualquer filme atingiria as marcas desejadas. Certos disso, muitos já cobravam providências inibidoras ao domínio da Globo no mercado de cinema.

BROLLYWOOD
O novo objetivo do Ministério da Cultura para o audiovisual é estimular a aproximação do Brasil com a Índia, cuja indústria do cinema é chamada de Bollywood, por rivalizar com a de Hollywood em vigor de produção.


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