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CRÍTICA
Inovação não faz mais sentido
DA REDAÇÃO
Karl Bartos nunca colheu os
louros da vitória por "The
Model" ou "The Robots", sucessos do Kraftwerk. Com "Communication", ele tenta recontar a história do estilo à sua maneira e,
mais do que isso, contar sua própria história a partir do ponto em
que ela parou no grupo alemão.
Sofre, então, dos mesmo dilemas que o Kraftwerk. Se o que
movia e fazia sua fama era o título
de "inovadores" e "precursores",
hoje tais termos não fazem mais
sentido, perdem sua força.
"Communication" aponta para
o passado, para o tecnopop dos
anos 80. Aponta, no máximo, para o presente, se considerarmos
atuais as reciclagens do electro.
Como uma máquina do tempo
desregulada, esse álbum mostra o
que era o futuro há 20 anos, uma
viagem nostálgica para fãs do
Kraftwerk, muito mais do que seu
último álbum, "Tour de France".
As vozes metálicas do vocoder,
hoje frágil recurso de produção,
seja pela sua banalização, seja por
estar datado, conduzem quase todas as músicas, como "The Camera" ou "I'm the Message".
Quando canta ao natural, em
"15 Minutes of Fame" ou "Life",
New Order vem à cabeça. Fica claro que Bartos era um elemento
que destoava no Kraftwerk, uma
vez que era o integrante mais "humano", melódico.
Para quem vê na inovação uma
qualidade, "Communication" é
um embuste. Se a busca é por um
saudosismo saudável, Bartos é
um dos melhores condutores na
viagem no tempo.
(BYS)
Communication
Artista: Karl Bartos
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 30, em média
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