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São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

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CRÍTICA

Inovação não faz mais sentido

DA REDAÇÃO

Karl Bartos nunca colheu os louros da vitória por "The Model" ou "The Robots", sucessos do Kraftwerk. Com "Communication", ele tenta recontar a história do estilo à sua maneira e, mais do que isso, contar sua própria história a partir do ponto em que ela parou no grupo alemão.
Sofre, então, dos mesmo dilemas que o Kraftwerk. Se o que movia e fazia sua fama era o título de "inovadores" e "precursores", hoje tais termos não fazem mais sentido, perdem sua força.
"Communication" aponta para o passado, para o tecnopop dos anos 80. Aponta, no máximo, para o presente, se considerarmos atuais as reciclagens do electro.
Como uma máquina do tempo desregulada, esse álbum mostra o que era o futuro há 20 anos, uma viagem nostálgica para fãs do Kraftwerk, muito mais do que seu último álbum, "Tour de France".
As vozes metálicas do vocoder, hoje frágil recurso de produção, seja pela sua banalização, seja por estar datado, conduzem quase todas as músicas, como "The Camera" ou "I'm the Message".
Quando canta ao natural, em "15 Minutes of Fame" ou "Life", New Order vem à cabeça. Fica claro que Bartos era um elemento que destoava no Kraftwerk, uma vez que era o integrante mais "humano", melódico.
Para quem vê na inovação uma qualidade, "Communication" é um embuste. Se a busca é por um saudosismo saudável, Bartos é um dos melhores condutores na viagem no tempo. (BYS)


Communication
   
Artista: Karl Bartos

Lançamento: Sony
Quanto: R$ 30, em média


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