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CRÍTICA
Sonic Youth deixa seus hits de fora
DA REPORTAGEM LOCAL
O que esperar depois da bolha inflável do Flaming Lips?
O que esperar depois da invasão
punk promovida por Iggy Pop e
os Stooges? Difícil saber, mas certamente a superposição de camadas de guitarras e efeitos que deram o tom da apresentação do Sonic Youth não era a opção mais
digerível àquela altura -por volta da 0h30 de domingo.
Não ajudou, também, a qualidade do som, que, sabe-se lá por
qual razão, estava baixo. Mas, sem
enrolar: faltaram os hits no show
do grupo nova-iorquino.
Como a banda já havia apresentado várias de suas canções mais
conhecidas no Free Jazz de 2000,
optou por trazer ao evento músicas mais obscuras de sua extensa
discografia. O problema é que,
com aquele som baixo e sem muita definição (mal se ouvia a bateria), toda a abrasiva sutileza que
poderia surgir do entrelaçamento
das músicas foi por água abaixo.
Seria um paradoxo uma banda
como o Sonic Youth -que sempre fugiu das convenções- se
ater ao padrão pop de, num festival de grande porte, soltar os hits
sem pudor. Mas eles poderiam ter
sido menos herméticos...
Na madrugada de ontem, tocaram apenas dois hits -se é que dá
para chamar essas canções pouco
mais conhecidas de "hits": "Bull
in the Heather" e "Teenage Riot".
Esta última encerrou o show.
Os álbuns "Sister", "Daydream
Nation", "Washing Machine",
"Goo" e "Dirty" tiveram uma ou
outra canção incluída no set list;
mas eles queriam mostrar "Sonic
Nurse", e o último disco esteve
presente cinco vezes.
O show do Sonic Youth teve
seus momentos. A baixista Kim
Gordon, aos 52 anos, continua
com voz cortante de apelo sexual
agudo, como em "I Love You Golden Blue" e "Pacific Coast Highway"; Thurston Moore ainda hipnotiza ao encarar a guitarra como
uma extensão de seus movimentos; e Lee Ranaldo, na outra guitarra, completa a sinfonia de ruídos e microfonia.
Mas ficou a sensação de que algo faltou.
(THIAGO NEY)
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