São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 2005

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Dublagem em filme de Guerra divide o público

DO ENVIADO ESPECIAL

A platéia do Festival de Brasília ficou dividida no sábado à noite ao fim da sessão de "O Veneno da Madrugada", de Ruy Guerra. Com uma desafiadora narrativa em camadas, fotografia inspirada de Walter Carvalho, mas uma dublagem com problemas de sincronia, o longa recebeu aplausos, mas também vaias do público.
Ontem de manhã, num debate sobre o filme, Guerra explicou suas opções narrativas. Ao falar do tempo, lembrou que diretores do início do século 20 viam o cinema como uma "sinfonia de luz", mais guiada pela emoção do que pela lógica. Sobre a dublagem, sustentou que, apesar de muitas vezes ter reproduzido o som direto, resistiu à "tirania" da sincronia.
O elenco apontou as vantagens ("reencontro com o personagem", para Juliana Carneiro da Cunha) e desvantagens (perda da "sujeira" natural, para Rejane Arruda) da dublagem, mas acabaram defendendo que a opção de Guerra contribuiu para o clima de irrealidade desejado pelo cineasta. O filme aborda um prefeito honesto às voltas com corrupção.
Na quinta-feira à noite, "Depois do Baile", estréia do ator Roberto Bomtempo na direção de longas, teve ótima recepção da platéia brasiliense, que aplaudiu "em cena", durante quase toda a projeção, a bem-humorada interpretação do ator Lima Duarte.(ES)

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