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Maiolino inclui acaso em trabalhos "movediços"
Artista ganha exposição na galeria Millan, em SP
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A arte é um território movediço. Dentro dele, o artista pode
desenvolver uma multiplicidade de linguagens e de processos, nos quais o papel do acaso é
fundamental. A avaliação de
Anna Maria Maiolino, 65, é clara nas 20 obras da mostra "O
Acaso e a Necessidade", que é
aberta hoje na galeria Millan,
em São Paulo.
Nesses 20 trabalhos, Maiolino apresenta esculturas, objetos, telas, desenhos e uma grande instalação, que atestam o caráter múltiplo da obra da artista, nascida na Itália e que desenvolveu sua trajetória a partir de exposições-chave da arte
brasileira, como "Nova Objetividade Brasileira", em 1967, e
"Opinião 66", um ano antes,
ambas no Rio.
"Para mim, a obra de arte
tem de ver o entorno. Isso é
fundamental quando o artista
testa os suportes e percebe que
o trabalho se dá em todo o processo, incorporando o acaso",
diz Maiolino, radicada em São
Paulo desde 2005 e que apresenta sua primeira individual
na Millan -antes, ela era representada pelo Gabinete de Arte
Raquel Arnaud.
A "estrela" da mostra é a instalação "Arroz & Feijão", inédita em São Paulo e apresentada
inicialmente no Rio, em 1979. O
trabalho é formado por uma
grande mesa de jantar preta,
com 20 assentos e copos vazios.
Nos pratos à mesa, germinam
em punhados de terra sementes de arroz e feijão. Ladeando
o ambiente, cem pratos vazios e
um vídeo. "Quando foi montada, era muito clara a fome de liberdade. Hoje, as fomes são outras: de tranqüilidade, de convivência pacífica etc.", diz ela.
O ACASO E A NECESSIDADE - ANNA MARIA MAIOLINO
Quando: abertura hoje, às 20h; de
seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das
11h às 15h; até 23/2
Onde: galeria Millan (r. Fradique
Coutinho, 1.360, tel. 0/xx/11/3031-1599)
Quanto: entrada franca
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