São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br

Cia. da Foto/Folha Imagem
O empresário Roberto Stern, diretor de criação da joalheria

Desenhos de Oscar Niemeyer viram jóias

H. Stern lança no próximo mês uma coleção inspirada na obra do arquiteto

No próximo dia 15, Oscar Niemeyer faz 101 anos. No mesmo dia, chega às lojas da H. Stern uma coleção de jóias inspiradas em desenhos do arquiteto, que aprovou pessoalmente cada uma das 35 peças, distribuídas em oito linhas: "Pampulha", "Brasília", "Copan", "Jóia", "Croqui", "Curvas", "Flor" e "Mulher Preferida".
As jóias foram concebidas por Roberto Stern, presidente e diretor de criação da H. Stern, e sua equipe. "Não olhei para as obras arquitetônicas, mas para os desenhos dele, que me encantam. Fizemos uma pesquisa sobre os seus traços originais, buscando dar às jóias a forma dos desenhos", conta Stern.
Niemeyer foi consultado a cada etapa do trabalho. Diante dos primeiros esboços das jóias, sugeriu pequenas modificações. Quando as peças-piloto ficaram prontas, sua primeira reação foi apalpá-las, uma a uma, lentamente. "As jóias ficaram muito bonitas e bem leves, é incrível como conseguiram fazê-las iguais aos meus desenhos", disse Niemeyer à Folha.
A primeira idéia de Stern foi criar as jóias em concreto. A idéia, ousadíssima, foi abortada. Acabou optando pelo ouro (amarelo e branco) texturizado, que produz uma superfície irregular que recorda o concreto. Os brilhantes são pequenos, para não ofuscar o desenho. "São coadjuvantes, servem apenas para dar uma luz às peças", afirma Stern. Mas, às vezes, são também numerosos -a pulseira "Brasília" tem 103 diamantes.
Os anéis, colares, brincos, medalhões e pulseiras virão embalados em uma caixa quadrada acinzentada, feita de uma espécie de cimento. Os preços começam em R$ 1.600 (para anéis) até alcançar R$ 69.600 (a pulseira "Brasília").
Na fábrica da H. Stern em São Paulo, os ourives trabalham a pleno vapor para terminar a primeira leva da coleção, que terá uma tiragem inicial entre 500 e 600 peças.
Para os funcionários, a maior dificuldade é reproduzir as formas irregulares do desenho. "Um deles chegou a reclamar comigo: "Mas, seu Roberto, vamos ter que fazer tudo torto?'", conta Stern. O design não tem linhas simétricas e explora bastante o movimento das curvas. Um par de brincos "Croqui" pode levar cerca de oito horas para ser realizado.
Apesar da crise econômica que faz tremer o mundo, a coleção Niemeyer não é a única que a H. Stern está lançando. Também chega às lojas neste mês a "Natur", inspirada em seis jardins célebres e mitológicos.
No início do ano que vem, a empresa lança a linha "Começando", a primeira de preços mais acessíveis da H. Stern, e que levou dois anos para ser produzida. As peças custarão entre R$ 500 e R$ 3.000.
A joalheira ainda vai inaugurar em 2009 sua sexta loja nos EUA, em Las Vegas. "Já que é uma cidade-cassino, resolvemos manter esta aposta, apesar da crise mundial", diz Stern.

com VIVIAN WHITEMAN


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