São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Cineasta escreveu livros juvenis

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

A França produz mais de 400 filmes por ano, mas um terço deles é assinado por diretores que nunca farão um segundo longa. Já em seu quarto filme, Christophe Honoré conseguiu romper esse ciclo e se afirmar como um dos mais interessantes nomes da nova geração de cineastas franceses.
Christophe Honoré nasceu em 1970, no interior da França. Aos 25 anos, mudou-se para Paris, onde escreveu uma série de romances voltados para jovens, como "Tout Contre Léo" (1996).
O primeiro longa veio em 2002: "17 Fois Cécile Cassard", com Béatrice Dalle e Romain Duris, retrato de uma mulher dividido em 17 quadros independentes.
Nesse filme, selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, Honoré praticamente recusou a palavra -como se precisasse provar sua capacidade de recorrer apenas a luz, atores e música para ser um cineasta. Mais tarde, ele mesmo reconheceria que essa decisão foi pueril.
Seu segundo longa, de 2004, foi uma adaptação do livro de Georges Bataille, "Ma Mère". Honoré não fez uma transposição convencional do romance póstumo e inacabado do controvertido escritor. Para contar a história de um jovem (Louis Garrel) que, depois da morte do pai, é levado a uma vida hedonista pela mãe, Honoré optou por uma composição caótica e imprevisível, uma "gramática primitiva", como definiu.
Dois anos depois, Honoré lançou "Em Paris", uma evocação da nouvelle vague sem tons nostálgicos, exibida na Quinzena dos Realizadores de Cannes. Em 2007, veio "As Canções de Amor", musical lírico e melancólico inspirado em um episódio marcante de sua própria vida, que esteve na competição oficial de Cannes e foi o início de uma merecida projeção internacional.


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