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Cineasta escreveu livros juvenis
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
A França produz mais
de 400 filmes por ano, mas
um terço deles é assinado
por diretores que nunca
farão um segundo longa.
Já em seu quarto filme,
Christophe Honoré conseguiu romper esse ciclo e
se afirmar como um dos
mais interessantes nomes
da nova geração de cineastas franceses.
Christophe Honoré nasceu em 1970, no interior
da França. Aos 25 anos,
mudou-se para Paris, onde
escreveu uma série de romances voltados para jovens, como "Tout Contre
Léo" (1996).
O primeiro longa veio
em 2002: "17 Fois Cécile
Cassard", com Béatrice
Dalle e Romain Duris, retrato de uma mulher dividido em 17 quadros independentes.
Nesse filme, selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de
Cannes, Honoré praticamente recusou a palavra
-como se precisasse provar sua capacidade de recorrer apenas a luz, atores
e música para ser um cineasta. Mais tarde, ele
mesmo reconheceria que
essa decisão foi pueril.
Seu segundo longa, de
2004, foi uma adaptação
do livro de Georges Bataille, "Ma Mère". Honoré
não fez uma transposição
convencional do romance
póstumo e inacabado do
controvertido escritor. Para contar a história de um
jovem (Louis Garrel) que,
depois da morte do pai, é
levado a uma vida hedonista pela mãe, Honoré
optou por uma composição caótica e imprevisível,
uma "gramática primitiva", como definiu.
Dois anos depois, Honoré lançou "Em Paris", uma
evocação da nouvelle vague sem tons nostálgicos,
exibida na Quinzena dos
Realizadores de Cannes.
Em 2007, veio "As Canções de Amor", musical lírico e melancólico inspirado em um episódio marcante de sua própria vida,
que esteve na competição
oficial de Cannes e foi o
início de uma merecida
projeção internacional.
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