São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Coen viram favoritos ao Oscar

Sindicatos de diretores e atores premiam "Onde os Fracos Não Têm Vez", ampliando chances dos irmãos cineastas

Cerimônia do SAG também consolidou favoritismo de Daniel-Day Lewis, por "Sangue Negro", e de Julie Christie, por "Longe Dela"

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA, EM NOVA YORK

"Onde os Fracos não Têm Vez", de Joel e Ethan Coen, abriu vantagem sobre "Sangue Negro", de Paul Thomas Anderson, e começa a semana como a aposta mais segura ao Oscar de melhor filme, a ser entregue dia 24, caso a cerimônia não seja adiada em virtude da greve de roteiristas dos EUA, deflagrada em 5 de novembro.
Sábado, os irmãos Coen deixaram o jantar de premiação do Directors Guild of América (DGA), o sindicato dos diretores, com o prêmio mais importante, o de melhor direção em longa de ficção para cinema, disputado com Anderson, Tony Gilroy ("Conduta de Risco"), Julian Schnabel ("O Escafandro e a Borboleta") e Sean Penn ("Na Natureza Selvagem").
O 12º longa da dupla (sem contar o episódio de "Paris, Te Amo") obteve, no domingo, os prêmios de melhor elenco e de ator coadjuvante (Javier Bardem) em cinema na festa do Screen Actors Guild (SAG), o sindicato dos atores. Na categoria principal, concorriam "Na Natureza Selvagem", "Hairspray: Em Busca da Fama", "O Gângster" e "Os Indomáveis".
Embora Joel e Ethan dividam as funções criativas desde o início da carreira, imposições sindicais os levaram a optar, nos créditos dos dez primeiros filmes, por Joel como diretor, Ethan como produtor e ambos como roteiristas (além do pseudônimo Roderick Jaynes quando os dois fazem a montagem).
A partir de "Matadores de Velhinhas" (2004), o DGA os reconheceu como dupla de diretores. Assim, apenas Joel havia disputado antes o prêmio do sindicato, por "Fargo" (1996), que lhe valeu indicação ao Oscar. Desde 1949, houve só seis ocasiões em que não coincidiram as escolhas do DGA e da Academia na categoria direção.
Além de manter o leme de "Onde os Fracos..." apontado para o Oscar, a festa do SAG -realizada graças a um acordo com o Writers Guild of América (WGA), o sindicato dos roteiristas, que esvaziou o Globo de Ouro, no último dia 13, com ameaça de piquetes e boicote solidário dos atores- consolidou o favoritismo de Daniel-Day Lewis ("Sangue Negro"), Bardem e Julie Christie ("Longe Dela") na disputa da Academia. Apenas a categoria de coadjuvante feminina parece em aberto, com a premiação da veterana Ruby Dee ("O Gângster") pelo sindicato.
Os prêmios de TV do SAG celebraram a última temporada de "Família Soprano" - melhor elenco, ator (James Gandolfini) e atriz (Edie Falco) em série dramática- e a segunda, interrompida pela greve, de "30 Rock", que levou os prêmios de ator (Alec Baldwin) e atriz (Tina Fey) em série de humor, mas perdeu o de elenco nessa categoria para "The Office".
Fey, também roteirista, agradeceu o apoio dos atores à greve do WGA, cujo presidente, Patric Verrone, foi apresentado durante a cerimônia pelo do SAG, Alan Rosenberg. Christie fez referência ao movimento.

Homenagem
Além de encerrar o clipe em homenagem a atores mortos nos últimos 12 meses, Heath Ledger foi lembrado por Day-Lewis, que disse ter se emocionado com suas atuações em "A Última Ceia" (2001) e "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005), dedicando a ele o seu prêmio. O suspense, agora, está em saber se haverá ou não cerimônia do Oscar para que ele repita a gentileza.


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