|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Coen viram favoritos ao Oscar
Sindicatos de diretores e atores premiam "Onde os Fracos Não Têm Vez", ampliando chances dos irmãos cineastas
Cerimônia do SAG também consolidou favoritismo de Daniel-Day Lewis, por "Sangue Negro", e de Julie Christie, por "Longe Dela"
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA, EM NOVA YORK
"Onde os Fracos não Têm
Vez", de Joel e Ethan Coen,
abriu vantagem sobre "Sangue
Negro", de Paul Thomas Anderson, e começa a semana como a aposta mais segura ao Oscar de melhor filme, a ser entregue dia 24, caso a cerimônia
não seja adiada em virtude da
greve de roteiristas dos EUA,
deflagrada em 5 de novembro.
Sábado, os irmãos Coen deixaram o jantar de premiação do
Directors Guild of América
(DGA), o sindicato dos diretores, com o prêmio mais importante, o de melhor direção em
longa de ficção para cinema,
disputado com Anderson, Tony
Gilroy ("Conduta de Risco"),
Julian Schnabel ("O Escafandro e a Borboleta") e Sean Penn
("Na Natureza Selvagem").
O 12º longa da dupla (sem
contar o episódio de "Paris, Te
Amo") obteve, no domingo, os
prêmios de melhor elenco e de
ator coadjuvante (Javier Bardem) em cinema na festa do
Screen Actors Guild (SAG), o
sindicato dos atores. Na categoria principal, concorriam "Na
Natureza Selvagem", "Hairspray: Em Busca da Fama", "O
Gângster" e "Os Indomáveis".
Embora Joel e Ethan dividam as funções criativas desde
o início da carreira, imposições
sindicais os levaram a optar,
nos créditos dos dez primeiros
filmes, por Joel como diretor,
Ethan como produtor e ambos
como roteiristas (além do pseudônimo Roderick Jaynes quando os dois fazem a montagem).
A partir de "Matadores de
Velhinhas" (2004), o DGA os
reconheceu como dupla de diretores. Assim, apenas Joel havia disputado antes o prêmio do
sindicato, por "Fargo" (1996),
que lhe valeu indicação ao Oscar. Desde 1949, houve só seis
ocasiões em que não coincidiram as escolhas do DGA e da
Academia na categoria direção.
Além de manter o leme de
"Onde os Fracos..." apontado
para o Oscar, a festa do SAG
-realizada graças a um acordo
com o Writers Guild of América
(WGA), o sindicato dos roteiristas, que esvaziou o Globo de
Ouro, no último dia 13, com
ameaça de piquetes e boicote
solidário dos atores- consolidou o favoritismo de Daniel-Day Lewis ("Sangue Negro"),
Bardem e Julie Christie ("Longe Dela") na disputa da Academia. Apenas a categoria de
coadjuvante feminina parece
em aberto, com a premiação da
veterana Ruby Dee ("O Gângster") pelo sindicato.
Os prêmios de TV do SAG celebraram a última temporada
de "Família Soprano" - melhor
elenco, ator (James Gandolfini)
e atriz (Edie Falco) em série
dramática- e a segunda, interrompida pela greve, de "30
Rock", que levou os prêmios de
ator (Alec Baldwin) e atriz (Tina Fey) em série de humor, mas
perdeu o de elenco nessa categoria para "The Office".
Fey, também roteirista, agradeceu o apoio dos atores à greve
do WGA, cujo presidente, Patric Verrone, foi apresentado
durante a cerimônia pelo do
SAG, Alan Rosenberg. Christie
fez referência ao movimento.
Homenagem
Além de encerrar o clipe em
homenagem a atores mortos
nos últimos 12 meses, Heath
Ledger foi lembrado por Day-Lewis, que disse ter se emocionado com suas atuações em "A
Última Ceia" (2001) e "O Segredo de Brokeback Mountain"
(2005), dedicando a ele o seu
prêmio. O suspense, agora, está
em saber se haverá ou não cerimônia do Oscar para que ele repita a gentileza.
Texto Anterior: Cinema: Sócios criam distribuidora de filmes sob demanda pela rede Próximo Texto: SP Cia. de Dança começa em março Índice
|