São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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SP Cia. de Dança começa em março

Seleção de bailarinos será feita em cinco cidades brasileiras, além de Buenos Aires; estréia é programada para agosto

Sede definitiva do grupo, no prédio da antiga rodoviária, não está pronta; ensaios acontecerão na Oficina Cultural Oswald de Andrade

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado detalhou ontem o projeto de criação da São Paulo Companhia de Dança, cujos trabalhos começam em março, provisoriamente na Oficina Cultural Oswald de Andrade (no Bom Retiro, região central). A previsão é que o grupo se instale em sua sede definitiva, no prédio da antiga rodoviária, na praça Júlio Prestes (Luz), em até três anos.
As audições para formar o corpo de baile começam no próximo dia 13, em Belém. Haverá peneiras também em Recife, Brasília, Porto Alegre, Buenos Aires e São Paulo. "Se for preciso, iremos a Nova York e à Europa", diz a diretora artística da companhia, Iracity Cardoso, com passagens por grupos de Portugal, França e Alemanha. A seletiva final ocorrerá na capital paulista, em 24/2.
A ficha de inscrição está no site www.assaoc.org.br. Nas audições, serão cobrados fundamentos da dança clássica e conhecimentos de técnica de dança moderna, além de um solo escolhido pelo candidato.
Até 40 bailarinos serão contratados. "Não precisamos chegar a esse número. Fazer a dança clássica, com a sua exigência técnica, e ao mesmo tempo ter maleabilidade corporal para dançar no chão é uma qualidade difícil de ser adquirida", diz Inês Bogéa, diretora-adjunta.
A companhia faz sua estréia em agosto, com a apresentação, no interior do Estado, de um espetáculo "artístico-pedagógico sobre o desenvolvimento da dança", segundo Cardoso. A coreografia chega à capital em setembro. A programação deste ano prevê ainda uma encenação inédita, em novembro.
Além dos espetáculos, a diretoria pretende montar um centro de documentação da dança: a idéia é produzir uma série de DVDs sobre figuras notáveis da cena paulistana. Em cada segmento, imagens de arquivo e depoimentos serão conjugados com passos de bailarinos, que darão nova roupagem ao legado dos personagens retratados.
A publicação de cadernos de composição também faz parte dos planos. "Vamos mostrar como se faz uma coreografia", diz Bogéa.
Para a construção da sede da companhia, 16 mil m2 estão sendo desapropriados entre a avenida Duque de Caxias e a rua Helvétia. A Secretaria de Estado da Cultura estima o custo da expropriação em R$ 34 milhões. No local, pretende-se erguer dois teatros e várias salas de ensaio. O secretário de Cultura, João Sayad, afirma que o espaço poderá abrigar também o Conservatório Tom Jobim, atualmente instalado a poucos metros dali.
A companhia terá orçamento de R$ 13 milhões para sua manutenção em 2008; comparativamente, o New York City Ballet tem verba anual de US$ 40 milhões (R$ 71,6 milhões) e o Balé da Cidade de São Paulo gastou R$ 1,3 milhão em 2007 (o que inclui atividades artísticas, salários de bailarinos e equipe técnica e parte da manutenção). (LUCAS NEVES)


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