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Atriz tem carreira fora do grupo
da Redação
Ela já foi casada com um promotor público. Fez pedagogia. Foi
professora da Universidade de São
Paulo. Chegou a ser chamada até
de "musa do underground".
Embora Maria Alice Vergueiro
-co-fundadora e uma das "almas" do Ornitorrinco- participe
de peças de teatro desde os 16 anos
de idade, é complicado precisar
quantos anos tem de carreira:
"Tive uma vida de atriz muito
intermitente. Fazia personagens
que me interessavam, não estava
muito a fim de uma carreira teatral. Era professora da USP e tinha
outros meios de sobrevivência",
disse à Folha.
Entre suas entradas e saídas do
palco, integrou o elenco de montagens famosas como "A Ópera dos
Três Vinténs", "O Rei da Vela" e
"A Ópera do Malandro".
Em 1977, fundou com Cacá Rosset e Luiz Roberto Galizia o Ornitorrinco, deixando para trás, segundo ela, o tradicionalismo acadêmico da Escola de Comunicações e Artes da USP.
"A ECA era muito pouco criativa, muito tradicional, colocava
obstáculos demais para a pesquisa.
Saí de lá, juntamente com Cacá e
Galizia, dois rapazes inquietos e
talentosos."
Com a companhia, construiu peças -atuando na maioria delas-
que vão desde as iniciais "Ornitorrinco Canta Brecht e Weill"
(1977) e "Mahagonny" (82) a "O
Doente Imaginário" (89) e "A
Comédia dos Erros" (94).
Mas a carreira de Maria Alice
Vergueiro não se fixa apenas no
Ornitorrinco. A atriz desenvolve
uma série de projetos paralelos
("No Alvo" é exemplo recente),
que, de acordo com ela, não causa
nenhum constrangimento em sua
relação com a companhia.
"Quando faço trabalhos fora do
grupo, não significa que não estejamos próximos um do outro ou
que não peça opiniões para ele. Pelo contrário. Temos um relacionamento livre, como um casamento
aberto, sabe como é?", brinca.
Atriz essencialmente teatral, Maria Alice experimentou também a
linguagem da TV, na novela "Sassaricando" (87/88), de Sílvio de
Abreu. Ela interpretava a chique e
arrogante Lucrécia Abdala.
Agora, em "O Avarento", Maria Alice é Frosina, papel que já foi
da atriz Madeleine Béjart, amante
de Molière (leia texto sobre o dramaturgo nesta página).
"Frosina é uma mulher mundana, que vive de biscates. Ela penetra na casa de Harpagão e tenta
conseguir uns trocados dele."
(ES)
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