São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Atriz tem carreira fora do grupo

da Redação

Ela já foi casada com um promotor público. Fez pedagogia. Foi professora da Universidade de São Paulo. Chegou a ser chamada até de "musa do underground".
Embora Maria Alice Vergueiro -co-fundadora e uma das "almas" do Ornitorrinco- participe de peças de teatro desde os 16 anos de idade, é complicado precisar quantos anos tem de carreira:
"Tive uma vida de atriz muito intermitente. Fazia personagens que me interessavam, não estava muito a fim de uma carreira teatral. Era professora da USP e tinha outros meios de sobrevivência", disse à Folha.
Entre suas entradas e saídas do palco, integrou o elenco de montagens famosas como "A Ópera dos Três Vinténs", "O Rei da Vela" e "A Ópera do Malandro".
Em 1977, fundou com Cacá Rosset e Luiz Roberto Galizia o Ornitorrinco, deixando para trás, segundo ela, o tradicionalismo acadêmico da Escola de Comunicações e Artes da USP.
"A ECA era muito pouco criativa, muito tradicional, colocava obstáculos demais para a pesquisa. Saí de lá, juntamente com Cacá e Galizia, dois rapazes inquietos e talentosos."
Com a companhia, construiu peças -atuando na maioria delas- que vão desde as iniciais "Ornitorrinco Canta Brecht e Weill" (1977) e "Mahagonny" (82) a "O Doente Imaginário" (89) e "A Comédia dos Erros" (94).
Mas a carreira de Maria Alice Vergueiro não se fixa apenas no Ornitorrinco. A atriz desenvolve uma série de projetos paralelos ("No Alvo" é exemplo recente), que, de acordo com ela, não causa nenhum constrangimento em sua relação com a companhia.
"Quando faço trabalhos fora do grupo, não significa que não estejamos próximos um do outro ou que não peça opiniões para ele. Pelo contrário. Temos um relacionamento livre, como um casamento aberto, sabe como é?", brinca.
Atriz essencialmente teatral, Maria Alice experimentou também a linguagem da TV, na novela "Sassaricando" (87/88), de Sílvio de Abreu. Ela interpretava a chique e arrogante Lucrécia Abdala.
Agora, em "O Avarento", Maria Alice é Frosina, papel que já foi da atriz Madeleine Béjart, amante de Molière (leia texto sobre o dramaturgo nesta página).
"Frosina é uma mulher mundana, que vive de biscates. Ela penetra na casa de Harpagão e tenta conseguir uns trocados dele." (ES)



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