São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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Crítica

Filme do Canal Brasil mostra nossa ineficácia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há algum tempo o crítico Daniel Caetano coloca em xeque a idéia segundo a qual todo filme brasileiro é bom simplesmente por existir. Para cada filme feito, sustenta, outro (ao menos um) não é feito. Filmes feitos são escolhas. De quem? Do Estado? Da sociedade? Tudo é pelo menos muito nebuloso. Nebuloso demais para dar certo.
Idéias feitas como essa proliferam no cinema nacional. Podem ter sido operacionais há 30 anos, quando era lícito acreditar na necessidade de "ocupar espaços" num mercado dominado pela produção estrangeira (leia-se: americana).
Mas tal ocupação de espaço, se por um lado não deu em nada (nunca Hollywood foi tão triunfante), por outro impede qualquer discussão sobre modos de produção e financiamento dos filmes, bem como sobre seus resultados (não necessariamente estéticos, mas econômicos).
Quem quiser fazer uma idéia perfeita e completa da ineficácia programada de nossos filmes pode ver "Celeste e Estrela" (Canal Brasil, 12h).


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