|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Em sua quarta turnê pelo país, grupo de Liverpool mescla repertório antigo com canções do último disco, "Siberia"
Echo & the Bunnymen visita fãs saudosos
DA REPORTAGEM LOCAL
Agora os passaportes estão em
ordem. O Echo & the Bunnymen
realiza hoje à noite, no Credicard
Hall, em São Paulo, o show que
aconteceria em 19 de março e teve
de ser adiado porque os músicos
britânicos não tinham conseguido visto de entrada no país.
A apresentação serve para matar a saudade dos velhos fãs brasileiros do grupo. Das antigas, formado no final dos anos 70, o Echo
& the Bunnymen é a terceira melhor banda saída de Liverpool
-logo depois do La's, que lançou
apenas um disco, homônimo, em
1990-, e esta será a quarta turnê
pelo país, sem contar as duas passagens solo do vocalista Ian
McCulloch.
Na primeira visita, em 1987, a
banda fez cinco shows seguidos
no Palácio das Convenções do
Anhembi. As outras foram bem
menos memoráveis, até porque
os discos lançados pelo grupo nos
anos 90 não ajudavam muito.
Desta vez, o Echo vem na esteira
de "Siberia", o décimo álbum de
estúdio, que chegou às lojas do
país recentemente.
O disco é produzido por Hugh
Jones, o mesmo que trabalhou no
segundo álbum do Echo, "Heaven
Up Here", de 1981.
Jones emprestou toda a sonoridade pós-punk a "Siberia", e muito dos elogios recebidos pelo disco foram motivados pela sonoridade forte e nada derivativa de
canções como "Stormy Weather", "Parthenon Drive" e "All
Because of You Days".
Em entrevista à Folha concedida no mês passado, por telefone,
McCulloch disse que o show terá
"quatro ou cinco" canções de "Siberia". O repertório antigo também sofreu algumas alterações
em relação às outras turnês da
banda -músicas como "Show of
Strength", "The Disease" e "All
My Colours" devem ser ouvidas
hoje à noite em São Paulo.
Anos 80
Até hoje o Echo & the Bunnymen é das bandas mais populares
entre os roqueiros brasileiros, que
parecem não se cansar da voz já
meio abatida de McCulloch e dos
riffs marcantes de Will Sergeant.
Culloch e Sergeant compõem o
núcleo central do grupo, desde o
lançamento do primeiro disco,
"Crocodiles", de 1980.
Ao lado de "Heaven Up Here",
"Porcupine" (83) e "Ocean Rain"
84), são quatro álbuns que ajudaram a moldar todo o rock e o pop
dos anos 80, em canções como
"All That Jazz", "The Cutter", "Killing Moon". O disco homônimo
de 1987, mais fraco, traz, no entanto, a música mais popular da
banda até hoje, "Lips Like Sugar".
O estilo agridoce do Echo continua a influenciar o rock and roll
atual. Pode-se encontrar traços de
McCulloch/Sergeant nas baladas
de grupos como Coldplay, Starsailor, Keane e Snow Patrol.
Como em todas as outras vezes
que esteve no Brasil, o Echo & the
Bunnymen deve encontrar um
grande e saudoso público e, se a
voz de McCulloch ajudar, a noite
pode ser bem agradável.
(THIAGO NEY)
Echo & the Bunnymen
Quando: hoje, às 22h
Onde: Credicard Hall (av. das Nações
Unidas, 17.955, Santo Amaro, São Paulo,
tel. 0/xx/11/6846-6000)
Quanto: de R$ 70 a R$ 160
Texto Anterior: Rodapé: Raduan Nassar: as vísceras da lavoura Próximo Texto: Política cultural: Lei Rouanet financia compra de ingressos Índice
|