São Paulo, domingo, 29 de abril de 2007 |
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Mônica Bergamo @ - bergamo@folhasp.com.br Depois da exposição sobre Charles Darwin, que custou cerca de R$ 5,5 milhões, representantes do Museu de História Natural de NY planejam trazer mais nove mostras a SP; Einstein e Genoma estão entre os temas
uma tarde no museu
O Museu de História Natural
de Nova York nunca havia
montado antes uma exposição
com seu acervo no Brasil. Pois
agora se prepara para anunciar
outras nove mostras além da
exposição sobre o naturalista
Charles Darwin (1809-1882),
que será aberta ao público na
sexta-feira. Elas serão feitas em
torno de temas como "água",
"pérolas", "Albert Einstein" e
"Genoma". Alan Draeger, diretor de exposições itinerantes
do museu, considera que a cidade tem potencial: "No sábado
passado, passei no Ibirapuera e
tinha uma fila imensa à frente
daquela mostra ["Corpo Humano: Real e Fascinante']. O Brasil
tem um público muito bom para esse tipo de mostra", diz ele,
enquanto observa o corre-corre da montagem das obras no
Masp, na tarde de quinta-feira,
acompanhada pela coluna.
Para manter a exposição, o instituto Sangari, que negociou a vinda da mostra para cá, já conseguiu captar quase toda a verba de R$ 5,5 milhões autorizada pelo governo -o dinheiro será abatido nos impostos dos patrocinadores. O instituto explica que parte do dinheiro será usado para bancar o aluguel do museu paulistano -cujo valor chegou a ser tratado, em contrato, com a cláusula de "confidencial". Outra parte vai para os custos operacionais. O que vier da bilheteria (R$ 15, o ingresso) será lucro. O presidente do Masp, Júlio Neves, diz que cobra "taxa pelo serviço", mas não aluguel. "Nós não alugamos nada. Nós temos contrato de parceria. Isso aqui não é a Oca!", diz. Ele falou sobre a exposição à coluna: FOLHA - As mostras comerciais e as
científicas não descaracterizam o
museu?
FOLHA - O senhor concorda com a
afirmação de que as dificuldades se
devem, em parte, porque grandes
patrocinadores investem nas próprias instituições, como o banco Itaú
com o Itaú Cultural, o Banco do Brasil com o CCBB?
FOLHA - Mas o Masp vem de uma
crise. O ar-condicionado pifou...
Nos bastidores da exposição, a correria é grande. Às 8h30, o chefe da montagem David Levy, que veio de Nova York para coordenar o trabalho em São Paulo, liga um aparelho de som à tomada e aumenta o volume do jazz. "Let's go!", grita aos funcionários para animar a equipe. A idéia é mostrar como Darwin viveu, os lugares e animais que conheceu. De avião, veio uma página do manuscrito original do livro "A Origem das Espécies", que Darwin publicou em 1859. No mais, é quase tudo de mentirinha: dez containers transportaram "esqueletos" de cavalos feitos em acrílico, réplicas de patos, de uma ave e de um macaco. Uma espécie de cidade cenográfica darwiniana. Boa parte dos itens verdadeiros que estarão na exposição são daqui mesmo: quatro tartarugas de água doce e dois jabutis que sempre estiveram expostos no Instituto Butantã; duas iguanas e um sapo que virão do criadouro Pró-Repteis; e 60 orquídeas do orquidário do Morumbi. "Hum... eu não acredito que isso esteja no lugar certo", diz, rindo, Alan Draeger, apontando para um desenho infantil colocado, de brincadeira, dentro de um dos aquários ainda vazio. com AUDREY FURLANETO (Reportagem) Texto Anterior: Horário nobre na TV Aberta Próximo Texto: A cultura da carteirinha Índice |
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