São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009 |
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A turma do Raul
Os Panteras, 1ª banda a gravar com Raul Seixas, sobe ao palco dedicado ao cantor na Virada Cultural neste fim de semana
MARCUS PRETO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA No aniversário de 20 anos da morte de Raul Seixas, a Virada Cultural reserva um de seus maiores palcos para que toda a obra do cantor seja tocada ao vivo, disco por disco, em ordem cronológica. Cada artista ou banda convidada interpretará um álbum completo, o que deve resultar em 24 horas de música. A largada será dada às 18h15 de sábado, mas a movimentação já começou. "Tem gente vindo do país todo só para isso. Alguns alugaram até ônibus", diz Sylvio Passos, presidente do fã-clube oficial Raul Rock Club e curador do palco dedicado ao ídolo, na Estação da Luz. Ali serão apresentados pelo menos três shows que ganham ares de "momento histórico". É que seus respectivos LPs não chegaram a fazer sucesso que justificasse turnês de lançamento. Continuavam então inéditos no palco. Até agora. Abrindo a programação, o seminal "Raulzito e os Panteras" (1968) é um deles. Foi gravado em condições precárias no Rio com as bases instrumentais da banda formada por Eládio Gilbraz, Mariano Lanat e Carleba, músicos que Raul trouxe de Salvador. Tudo deu errado: o álbum não vendeu, o rádio não tocou. Os Panteras passaram a acompanhar o cantor Jerry Adriani, e Raul voltou traumatizado para a Bahia. Voltou ao Rio como produtor da CBS, e um de seus primeiros trabalhos na gravadora foi dirigir "Vida e Obra de Johnny McCartney" (1971), álbum solo do cantor Leno (da dupla de jovem guarda Leno e Lilian). A decepção foi ainda maior. Como a censura vetou boa parte do repertório, a CBS engavetou o trabalho, que ficaria perdido até o próprio Leno bancar uma edição, já nos anos 90. O show que Leno apresenta na Virada comemora uma segunda prensagem do álbum, agora lançada pelo selo americano Lion. Glam-rock O último grande destaque entre os fracassos de Raul Seixas é "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10" (1971), em que o cantor dividia as poucas atenções com Miriam Batucada, Sergio Sampaio e Edy Star. Único artista vivo entre os envolvidos no trabalho, Edy cantará sozinho todas as suas faixas na Virada. Ele é o precursor do meteórico movimento glam-rock nacional, que depois geraria os Secos & Molhados. Vive em Madrid. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Música: "Todas as ideias de Raul já existiam naquele começo" Índice |
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