DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Manoel Rangel, define o Fundo Setorial do Audiovisual como "um sócio que faz exigências".
Segundo Rangel, o papel do fundo é "reintroduzir o compromisso com o risco na atividade [audiovisual]".
Em nome do risco, o fundo "trabalha com critérios de mérito, ou seja, valoriza o desempenho das empresas e dos filmes", diz ele. Também requisita contrapartidas em resultados dos projetos nos quais investe. Atualmente, a produção de cinema é amparada por leis de patrocínio, que não exigem resultados.
Para o presidente da Ancine, que integra o comitê gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, o fato de quatro pessoas (um funcionário da agência, um da Finep e dois consultores) avaliarem os candidatos segundo a mesma grade de critérios faz com que "fique bastante reduzida a margem para prevalecer a subjetividade".
Com o atual concurso de produção de longas, o fundo objetiva "encurtar o prazo entre o início da produção de um filme e seu lançamento, que é, em média, de três a quatro anos", diz Rangel.
Por conta dessa meta, 70% dos R$ 15 milhões investidos destinam-se à conclusão de longas já rodados. Os outros 30% irão para produções que ainda não deram a partida.
O Fundo Setorial do Audiovisual dispõe de R$ 90 milhões para investir em 2009. Além dos R$ 15 milhões no atual concurso, serão aplicados R$ 74 milhões em um de produção para a TV e em dois concursos na área de distribuição para cinema. Os três somam inscrições de 77 projetos, provenientes de 55 empresas.
O Fundo Setorial do Audiovisual é alimentado por recursos de impostos que incidem sobre a atividade, além de uma parcela procedente do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações.
Apesar da crise financeira mundial, Rangel diz que "a expectativa é que o ano de 2009 promete bom patamar de arrecadação". (SA)


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