|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DVDS
DVDTECA FOLHA
"Jackie Brown" ganha lançamento no próximo domingo
Tarantino resgata clima e musa soul dos anos 70
DA REDAÇÃO
Já consagrado pelo êxito de
"Pulp Fiction - Tempo de Violência" (94), Quentin Tarantino tentaria caminho diferente em "Jackie Brown" (97), que a DVDteca
Folha lança no próximo domingo. Seu estilo típico do cinema policial foi mantido, mas agora aparece um viés mais romântico e
mais "acalmado" em relação a
seus dois longas anteriores.
Mais conhecido nome do cinema independente norte-americano, Tarantino sempre reciclou gêneros, estilos e formas das outras
décadas, dos clássicos de lutas
marciais a filmes de assaltos. Misturando tudo, ele cria algo inédito, e foi assim que ele resgatou,
por exemplo, John Travolta do
anonimato, ele que foi o grande
astro do final dos anos 70.
Em "Jackie Brown", o diretor
resgata outra figura dessa época, a
atriz Pam Grier, que foi musa do
blaxploitation -nome dado aos
filmes que tratavam de assuntos
pertinentes e de interesse do público negro, algo inédito naqueles
anos 70. A bela Grier participou
de vários longas, como "Beyond
the Valley of the Dolls" (70), de
Mario van Peebles, e "Friday Foster" (74), de Arthur Marks.
Um dos seus maiores sucessos,
"Foxy Brown", inspirou Tarantino, que lhe faz uma homenagem
dando o sobrenome à sua personagem, Jackie Brown. Ela é uma
comissária de bordo que transporta, via aérea, o pagamento de
tráfico de armas. Isso até ser pega
pela polícia, que a obriga a delatar
no tribunal o traficante, Ordell
Robbie (Samuel L. Jackson).
Em apuros, porque a liberdade
poderá custar a sua vida, ela acaba
conhecendo o agente de fianças
Max Cherry (Robert Forster), que
se apaixona por ela. Com duas cabeças funcionando, fica mais fácil
para a moça planejar um modo de
ludibriar a polícia e ainda levar o
dinheiro de Ordell.
Mais do que o filme, a trilha sonora foi elogiada pela crítica, que
resgatava a soul music e o funk da
década de 70. A atuação de Samuel L. Jackson também foi
aplaudida, sendo ele indicado ao
Globo de Ouro (assim como Pam
Grier) e vencendo o Urso de Prata
no Festival de Berlim de 1997.
Robert Forster, outro ator resgatado por Tarantino, cujo trabalho mais conhecido foi o do soldado que encanta Marlon Brando
em "O Pecado de Todos Nós"
(67), também foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.
Mantendo outra de suas tradições, a de reunir elenco do primeiro time, o cineasta contou
com a participação de Robert de
Niro (que faz um amigo de Ordell) e Bridget Fonda, que é a namorada do traficante. O papel,
primeiramente, seria de Mira Sorvino, que na época namorava
Quentin Tarantino.
Ainda que o sucesso de "Pulp
Fiction" tivesse aberto as portas a
Tarantino, o orçamento de "Jackie Brown" foi baixo, US$ 12 milhões (cerca de R$ 29 milhões), o
que salientou as qualidades artísticas desse diretor, que inclusive
escreveu o roteiro, baseado no livro "Rum Punch", de Elmore
Leonard, escritor especializado
em histórias policiais e pelo qual
ele nutre grande admiração.
Texto Anterior: Cinema: Cineastas entram na fila do mercado nacional Próximo Texto: Em DVD, "Ônibus 174" fica capenga Índice
|