São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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Livro mostra que Picasso negociou com franquistas

Artista ficou tentado a fazer mostra na Espanha

DE SÃO PAULO

Comunista inveterado, do tipo que recebia telegramas de Fidel Castro e se reunia com oficiais soviéticos, Pablo Picasso chegou a negociar com a ditadura de Francisco Franco, em 1956, para fazer uma mostra na Espanha.
Um crítico espanhol chegou a visitar o artista no sul da França, onde havia se exilado, para tratar da exposição que seria em Madri.
Na negociação ultrassecreta, que envolveu a chancelaria espanhola, Picasso ficou tentado a expor em sua terra natal. Era a estratégia dos franquistas para derrubar sua imagem de herói esquerdista, avesso ao regime.
Caso não avançassem as conversas, todos foram instruídos a negar a história.
Antevendo o golpe, um pequeno círculo próximo ao artista, informado das conversas, alertou Picasso para os possíveis perigos. Jean Cocteau chegou a escrever sobre o assunto em seu diário.
Detalhes desse flerte de Picasso com a direita estão no quarto volume da biografia do artista, de John Richardson, que conviveu com o artista entre os anos 40 e 60.
No livro, Richardson dá exemplos da indecisão de Picasso. "Naquele momento, a ideia de uma retrospectiva era mais importante para ele do que o partido comunista."

Com agências internacionais



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