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Livro mostra que Picasso negociou com franquistas
Artista ficou tentado a fazer mostra na Espanha
DE SÃO PAULO
Comunista inveterado, do
tipo que recebia telegramas
de Fidel Castro e se reunia
com oficiais soviéticos, Pablo
Picasso chegou a negociar
com a ditadura de Francisco
Franco, em 1956, para fazer
uma mostra na Espanha.
Um crítico espanhol chegou a visitar o artista no sul
da França, onde havia se exilado, para tratar da exposição que seria em Madri.
Na negociação ultrassecreta, que envolveu a chancelaria espanhola, Picasso ficou tentado a expor em sua
terra natal. Era a estratégia
dos franquistas para derrubar sua imagem de herói esquerdista, avesso ao regime.
Caso não avançassem as
conversas, todos foram instruídos a negar a história.
Antevendo o golpe, um pequeno círculo próximo ao artista, informado das conversas, alertou Picasso para os
possíveis perigos. Jean Cocteau chegou a escrever sobre
o assunto em seu diário.
Detalhes desse flerte de Picasso com a direita estão no
quarto volume da biografia
do artista, de John Richardson, que conviveu com o artista entre os anos 40 e 60.
No livro, Richardson dá
exemplos da indecisão de Picasso. "Naquele momento, a
ideia de uma retrospectiva
era mais importante para ele
do que o partido comunista."
Com agências internacionais
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