São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DAS LETRAS

MARCOS FLAMÍNIO PERES - marcos.flaminio@grupofolha.com.br

Heidegger era nazista?

Tema mais polêmico da filosofia do século 20, a adesão de Martin Heidegger ao nazismo volta à cena coma publicação, na Alemanha, de "Heidegger Jahrbuches" (O Anuário de Heidegger, vols. 4 e 5). O livro traz pela primeira vez o seminário que o filósofo deu em 1933-4 na Universidade de Freiburg e que serviu de base para "Heidegger e o Nazismo" (1987), de Victor Farias, e "Introdução do Nazismo na Filosofia" (2005), de Emmanuel Faye -que dissera, baseado no acesso que tivera ao texto, haver "total identificação dos ensinamentos de Heidegger com o hitlerismo".



"Sua palavra foi distorcida"

Em entrevista à coluna, o organizador do livro, Holger Zaborowski, bate pesado em Faye: "Não pode ser afirmado [por meio desses textos] que Heidegger introduziu o Nacional Socialismo na filosofia nem que ele justificou o extermínio dos judeus no Leste".
Zaborowski acusa Faye de "distorcer o sentido" dos escritos do filósofo: "Ele não dá conta nem filosófica nem historicamente dos textos com os quais trabalha e lê neles aquilo que ele próprio projeta".
Além do polêmico seminário ("Sobre a Essência e os Conceitos de Natureza, História e Estado"),a edição publicada pela Karl Verlag também traz cartas, resenhas e documentos inéditos do autor de "Ser e Tempo".

// IPAD ALAVANCA APPLE

Quando Steve Jobs cravou dois anos atrás que "as pessoas não leem mais", ele não esperava que seria justamente o iPad que alavancaria o crescimento da Apple. Com 200 mil unidades vendidas por semana nos EUA, o tablet -que permite a leitura de e-books, levou a empresa a superar a Microsoft em valor de mercado.
Isso representa o dobro de i-Macs vendidos e encosta na estrela da Apple, o iPhone (246 mil por semana). A razão seria o boca a boca e o grande aumento de conteúdos. Não há previsão de lançamento no Brasil.

Divulgação
E-BOOKS RENDEM MAIS
A Associação de Editores dos EUA anunciou que a venda de e-books cresceu 252% no primeiro trimestre, batendo de longe os demais segmentos -além de ter maior rentabilidade

// MUITO ALÉM DE PAMUK

Novo protagonista da política internacional, a Turquia começa a ter sua nova literatura lançada no Brasil.
"As Preces São Imutáveis", de Tuna Kiremitçi, que está chegando às livrarias, será o primeiro dos títulos lançados pela Sá Editora. No fim no ano, sairá "A Palavra Perdida", de Oya Baydar. Em tradução direta do turco, abordam temas cruciais e por muito tempo censurados pelo governo, como diversidade cultural e linguística, imigração e a espinhosa questão curda.


Texto Anterior: Não-ficção
Próximo Texto: Crítica - Biografia/Teatro: Biografia revela o dia a dia de Célia Helena
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.