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Filme acompanha a vida íntima de ex-guerrilheiro
"Em Teu Nome" baseia-se em história real do juiz João Carlos Bona Garcia
Ao recuperar a saga de Bona, o diretor Paulo Nascimento quis falar sobre o amor nos tempos da ditadura
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
De tanto ver filmes sobre a
ditadura militar, Paulo Nascimento decidiu, ele próprio,
fazer um filme sobre o tema.
Ou melhor, um filme que não
fosse sobre o tema. "Quis fazer um filme da época da ditadura sem ser sobre a ditadura", diz o cineasta gaúcho.
Nascimento lembra de
uma porção de filmes que
tratam da luta armada e pergunta: "Mas como era a vida
pessoal desses jovens?".
É essa vida que Nascimento leva à tela em "Em Teu Nome". O filme origina-se na
história de João Carlos Bona
Garcia, 64 anos, hoje juiz no
Rio Grande do Sul.
Bona ingressou no movimento estudantil aos 17 anos
e, após o golpe militar, tornou-se guerrilheiro. Preso,
foi torturado e, depois, banido para o Chile. O exílio estendeu-se ainda para Argentina, Argélia e França.
"Quando ouvi o relato do
Bona e da mulher dele, vi que
tinha um filme pronto", diz o
diretor. "É também a história
de uma mulher apaixonada
que vai atrás do marido e tem
filhos e uma vida no exílio."
Nascimento nasceu quatro
dias depois do golpe, em 3 de
abril de 1964. "Cresci ouvindo essas histórias. E sabia
que um jovem, mesmo que fizesse parte da luta armada,
tinha muitas dúvidas e conflitos. Tentei mostrar isso."
Quem também cresceu ouvindo essas histórias foi a
atriz Júlia Feldens, sobrinha
de Boni que, no filme, vive o
papel da própria mãe, irmã
do protagonista. "Minhas escolhas na vida passam muito
pela história do meu tio. A
geração dele era muito idealista e corajosa."
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