São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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Filme acompanha a vida íntima de ex-guerrilheiro

"Em Teu Nome" baseia-se em história real do juiz João Carlos Bona Garcia

Ao recuperar a saga de Bona, o diretor Paulo Nascimento quis falar sobre o amor nos tempos da ditadura

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

De tanto ver filmes sobre a ditadura militar, Paulo Nascimento decidiu, ele próprio, fazer um filme sobre o tema. Ou melhor, um filme que não fosse sobre o tema. "Quis fazer um filme da época da ditadura sem ser sobre a ditadura", diz o cineasta gaúcho.
Nascimento lembra de uma porção de filmes que tratam da luta armada e pergunta: "Mas como era a vida pessoal desses jovens?".
É essa vida que Nascimento leva à tela em "Em Teu Nome". O filme origina-se na história de João Carlos Bona Garcia, 64 anos, hoje juiz no Rio Grande do Sul.
Bona ingressou no movimento estudantil aos 17 anos e, após o golpe militar, tornou-se guerrilheiro. Preso, foi torturado e, depois, banido para o Chile. O exílio estendeu-se ainda para Argentina, Argélia e França.
"Quando ouvi o relato do Bona e da mulher dele, vi que tinha um filme pronto", diz o diretor. "É também a história de uma mulher apaixonada que vai atrás do marido e tem filhos e uma vida no exílio."
Nascimento nasceu quatro dias depois do golpe, em 3 de abril de 1964. "Cresci ouvindo essas histórias. E sabia que um jovem, mesmo que fizesse parte da luta armada, tinha muitas dúvidas e conflitos. Tentei mostrar isso."
Quem também cresceu ouvindo essas histórias foi a atriz Júlia Feldens, sobrinha de Boni que, no filme, vive o papel da própria mãe, irmã do protagonista. "Minhas escolhas na vida passam muito pela história do meu tio. A geração dele era muito idealista e corajosa."


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