São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2005

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CRÍTICA

Tradicionalismo atrapalha vigor instrumental

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se há tempos se reclama da falta de uma geração eloqüente na música brasileira, hoje em dia há nomes que representam frescor em todos os fronts: da canção ao pop ao choro ao jazz. Chico Pinheiro figura nesse front, mas suas intenções vão pelo caminho do tradicionalismo.
Em seu primeiro disco, ele já mostrava essa tendência se enturmando com novos não tão novos assim -Ed Motta, Lenine. Neste, assume o lado do passado -João Bosco, Paulo César Pinheiro, Wisnik. O resultado é que, como representante do novo, seu trabalho não figura com destaque entre os ouvintes mais curiosos. Mas, à parte isso, seu talento é impossível de não se notar.
Recém-lançado, o álbum traz 14 novas composições suas, dez delas letradas, e quatro pérolas instrumentais. Além de algumas participações vocais, o músico mostra seu lado cantor -de timbre bonito, joãogilbertiano.
O brilho vem do lado instrumental. Apesar da qualidade de todo o trabalho -as cantoras, as letras algo anacrônicas de Paulo César Pinheiro-, esses elementos não elevam o trabalho. Já seu toque é cheio de personalidade.
As possibilidades oferecidas pela Biscoito Fino surgem evidentes: na gravação, nos arranjos. Mas transparece também o lado tradicionalista da gravadora, desequilibrando o trabalho de Pinheiro para o conservadorismo. (RE)


Chico Pinheiro
   
Gravadora: Biscoito Fino
Quanto: R$ 22


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