São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007 |
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Brasil animado 15ª edição do Anima Mundi, que começa hoje no Rio e em 11/7 em SP, revela força da produção nacional fora do eixo Rio-SP
MARCO AURÉLIO CANÔNICO DA REPORTAGEM LOCAL Um garoto de São Carlos (SP), dois jovens amigos de Recife, um gaúcho radicado em Fortaleza: a animação brasileira está ganhando novas caras e moradas fora do antes intransponível eixo Rio-São Paulo. Um panorama destas novas produções está em cartaz na 15ª edição do Anima Mundi, festival de animação que começa hoje, no Rio, e vem para São Paulo em 11 de julho. São artistas como Jonas Brandão, 22, o paulistano que saiu do núcleo de animação da Universidade Federal de São Carlos para ser um dos primeiros estrangeiros a participar do programa Hot House, do badalado National Film Board do Canadá. Ele foi convidado pelo Anima Mundi para falar sobre sua experiência e mostrar o curta que produziu durante o programa canadense. Na nova safra de animações brasileiras, vem ganhando destaque a produção de origem e temática nordestina. Apoiados por leis de incentivo em Estados como Ceará e Pernambuco, jovens animadores estão deixando, ao menos temporariamente, a publicidade -seu meio mais regular de trabalho- e investindo em produções autorais de curtas. Caso exemplar é o de Marcio Ramos, 35, o gaúcho criado em Fortaleza. Com os R$ 50 mil que ganhou do Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo, em 2003, trabalhou sozinho em seu computador, por dois anos, para criar o excelente "Vida Maria". O curta, premiado em diversos festivais de cinema brasileiros, conta a história da menina Maria José, habitante do sertão nordestino forçada a largar os estudos para trabalhar. Os amigos Fernando Jorge, 25, e Leanndro Amorim, 24, de Recife, têm história parecida. Inscreveram o roteiro de "Até o Sol Raiá" -uma história de Lampião na qual os personagens são bonequinhos de barro- em um concurso de patrocínio público, venceram e tocaram em frente, criando até mesmo um estúdio próprio. "Os dois filmes nordestinos são de ótima qualidade, demonstram o florescimento dos núcleos de animação por todo o Brasil", afirma Marcos Magalhães, um dos diretores do Anima Mundi. União É claro que a criação de animação no Brasil ainda não é um mar de rosas -além da dedicação abnegada e das verbas públicas, é preciso apelar a patrocínios privados para completar os filmes e, quase sempre, botar dinheiro do próprio bolso. Mas os novos artistas já começaram a se unir para tentar viabilizar o máximo de produções e espalhar conhecimento sobre animação. No recém-encerrado Festival Guarnicê de Cinema, em São Luiz, um grupo de animadores -entre eles Marcio Ramos e outro participante do Anima, Marcos Buccini- lançou o embrião do Núcleo de Animação Norte-Nordeste. "Vamos fortalecer os animadores da região, trocar experiência e nos ajudar mutuamente, já que não temos um mercado como os de Rio e São Paulo", explica Ramos. Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Brasileiros voltam a ser maioria no Anima Mundi Índice |
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