São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007

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THIAGO NEY

Kate Nash

Cantora surpreende com canções simples e vocais modulados; Glen Matlock e o rapper Ice T vêm ao Brasil

COISAS PARA fazer em julho, se você estiver em São Paulo. Assistir à discotecagem de Glen Matlock, lendário baixista dos Sex Pistols. Ele toca no clube Clash, no dia 28. Para quem curte efemérides: em outubro, o histórico "Never Mind the Bollocks" faz 30 aninhos.

 

Coisas para fazer em agosto, se você estiver em São Paulo, Rio ou Curitiba. O rapper Ice T faz shows nessas cidades nos dias 9/8 (SP), 10/8 (RJ) e 11/8 (PR). Em SP, será no Via Funchal, com ingressos a R$ 80.
 

Muito se fala sobre o novo disco dos Beastie Boys, o todo instrumental "The Mix-up". Legal e tal, mas tão ou mais interessante quanto é outro disco que tem as mãos dos nova-iorquinos. É "Build a Nation", novo disco dos Bad Brains, que foi produzido pelos Beastie Boys. Se alguém implicar que punk rock é unidimensional, mostre este disco, que saiu nesta semana nos EUA. Aqui e ali você encontra dub, reggae, hip hop. Dá para ouvir algumas faixas, como a excelente "Give Thanks and Praise", em www.myspace.com/badbrains.
 

Na semana passada rolou o gigantesco Glastonbury. A grande surpresa do festival britânico foi o show de Lily Allen. Não apenas porque era show de Lily Allen, mas porque teve participação de Terry Hall e Lynval Golding, que faziam parte dos Specials e não subiam juntos num palco havia mais ou menos 20 anos. Tocaram "Gangsters". Dá para ver no YouTube.
 

Não dá para falar de Lily Allen sem falar em Kate Nash. As duas são craques em transformar situações cotidianas em letras. Mas enquanto Allen se apóia em bases rítmicas bem dançantes, as canções de Nash são musicalmente simples. Os vocais quase falados, de modulação variada, é que dão o ritmo. Confira, no YouTube ou no www.myspace.com/katenash, "Foundations", "Birds" e "Merry Happy", cuja letra diz assim: "Não me diga que você não tentou olhar para a minha bunda/ Eu sei porque seu amigo me disse que você gostou".
 

A nova música de Kanye West, "Stronger", traz sample de "Harder Better...", do Daft Punk. Me fez lembrar de uma história. No ano passado, entrevistei Armand Van Helden, veterano DJ americano, dono de uma coleção invejável de vinis. E ele contou que ouvia tudo quanto é tipo de música e o porquê disso. "Há algum tempo, li uma entrevista de um produtor de rap, o Swizz Beatz, em que ele disse que estava ouvindo Daft Punk. Pouco depois ele produz uma canção para Busta Rhymes que tem um sample de Daft Punk ["Touch It']. Como no mundo do rap ninguém conhece Daft Punk, todo mundo começou a chamar o cara de gênio..."
 

Saio em férias hoje. Vou curtir o Pan e tal. Espero voltar em agosto.


thiago@folhasp.com.br

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