São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Novo filme será drama em prisão

Ator norte-americano Don Cheadle terá o papel principal; produtora de Brad Pitt conduz projeto

Diretor escreve roteiro sobre história de traficante inglês preso na Bolívia e reserva "papel fenomenal" para o ator Wagner Moura

DA ENVIADA AO RIO

A prisão boliviana de San Pedro, à qual se reputa a produção de cocaína de alta qualidade, será a protagonista de um novo filme de ficção escrito e dirigido pelo cineasta José Padilha.
É lá que se desenrola a saga pela sobrevivência do traficante de drogas inglês Thomas McFadden, relatada no livro "Marching Powder", de Rusty Young, que Padilha adapta num roteiro para cinema.
"É uma prisão muito singular, cujo funcionamento é uma metáfora da vida", diz o diretor. O ator norte-americano Don Cheadle ("Hotel Ruanda"), aceitou o papel de McFadden.
Para o brasileiro Wagner Moura, o consagrado Capitão Nascimento de "Tropa de Elite", Padilha diz que reserva "um papel fenomenal".
Os produtores, entre os quais está a Plan B, do astro Brad Pitt, ainda não determinaram a data das filmagens. Além de "Marching Powder", Padilha deverá rodar outra produção internacional, com o estúdio Warner, cuja trama gira em torno dos mecanismos de financiamento do terrorismo.
No Brasil, o cineasta tem dois projetos em andamento. Ele produz "Paraísos Artificiais", longa de seu sócio, Marcos Prado ("Estamira"), a ser filmado no começo do ano que vem.
Com o sociólogo Luiz Eduardo Soares, escreve o roteiro de "Nunca Antes na História deste País", que, segundo ele, "relata a política na sua interação com os empresários, a mídia, os artistas, a segurança pública".
Considerando que o cineasta Fernando Meirelles anunciou, no ano passado, a intenção de fazer um documentário sobre o Congresso Nacional, e que o montador Felipe Lacerda ("Ônibus 174", "Central do Brasil") finaliza o documentário "Fazendo Política", sobre os meandros da atividade, Padilha avalia que o Brasil tem "uma safra de filmes a respeito da elite vindo aí".
Na opinião do cineasta, "o cinema brasileiro está pronto para começar a discutir essas coisas outras [que a miséria]".
Meirelles reafirma sua intenção de abordar a política brasileira num filme, mas diz que o projeto ainda não tem data para sair do papel.
"Quero fazer o documentário, mas, com o lançamento de "Ensaio sobre a Cegueira" [previsto para o dia 12/9] e a minissérie ["Som e Fúria", que dirigirá para ser exibida na TV Globo], parei de pensar nisso. Mas vai sair. Sei lá quando", afirma.
(SILVANA ARANTES)


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