São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Diogo Nogueira lança segundo disco e turnê

Com "Tô Fazendo a Minha Parte", sambista tem 12 shows marcados para julho

Álbum tem parcerias do músico, que queria ser jogador de futebol, com estrelas como Wilson das Neves e Chico Buarque

AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO

São Jorge, no pingente do sambista Diogo Nogueira, 28, é cravejado de diamantes e fica preso a um grosso colar de ouro. Nossa Senhora Aparecida enfeita um dos dois anéis da mão direita, e há ainda uma pulseira e um enorme relógio.
As joias do sambista, que lança "Tô Fazendo a Minha Parte", pela EMI, não são os únicos itens nele que fazem lembrar seu passado de jogador de futebol: Diogo tem frases curtas e objetivas, no estilo pós-partida, que, não raro, terminam num "e tudo o mais".
"Eu sempre quis ser jogador de futebol, desde pequeno. Curtia ficar naquelas rodas de samba e tudo o mais. Mas o meu desejo mesmo era ser jogador de futebol", diz o cantor, filho do sambista João Nogueira (1941-2000), que está numa de suas dez tatuagens.
"Ao contrário do que dizem", afirma Diogo, " o desejo dele era que eu fosse jogador". Aos domingos, pai e filho costumavam ir ao Maracanã, para ver o Flamengo jogar. "Ele vivia sonhando com aquelas cores, com me ver jogando no gramado", diz o músico.
Diogo tentou. Do Barra Futebol Clube, aos dez anos, até o Cruzeiro de Porto Alegre, aos 23. Mas, pouco antes de assinar o contrato, sofreu uma lesão no joelho e voltou para o samba. Era "velho demais" para esperar a recuperação da cirurgia e retomar os jogos.
De volta ao Rio, onde nasceu e cresceu, "começou a dificuldade de grana, essas coisas". "Eu não sabia o que fazer, se estudava, se cantava, se operava o joelho", conta. Ele, então, passou a dar canja em bares da Lapa, na zona sul, "pra tirar uma onda, conquistar uma gatinha e tudo o mais".

Depois do jogo
A indústria da música foi mais gentil que a do futebol e, três anos após o início das "canjas", Diogo, então com 26 anos, gravou o primeiro CD. Agora, no segundo, tem 12 shows marcados para julho -estará nos dias 4 e 5 no Canecão, no Rio; nos dias 24 e 25, no Citibank Hall, em São Paulo.
O músico conseguiu parcerias de mestres como Arlindo Cruz e Wilson das Neves, que o viram crescer, para "Tô Fazendo a Minha Parte". O álbum também tem encontros dele, como compositor, com músicos jovens, como Ciraninho e Flavinho Silva, entre outros
Há ainda a regravação de "Malandro É Malandro, Mané É Mané", de Bezerra da Silva, que a autora de "Caminho das Índias", Glória Perez, pediu a Diogo para sua trilha. O músico, aliás, já teve duas regravações em novelas da Globo: "Tiro ao Álvaro" e "Maracangalha".
O disco tem ainda uma polêmica: a canção "Sou Eu", de Chico Buarque e Ivan Lins, foi cedida primeiro à cantora Simone por Lins e, depois, por Chico a Diogo. "Ele me conhece desde pequeno", diz o músico.
É com Chico, inclusive, que Diogo joga as peladas que restaram depois da lesão e da decisão de ser músico. Três vezes por semana, ele só resolve "questões musicais" a partir das 15h, quando sai do campo.


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