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Diogo Nogueira lança segundo disco e turnê
Com "Tô Fazendo a Minha Parte", sambista tem 12 shows marcados para julho
Álbum tem parcerias do músico, que queria ser jogador de futebol, com estrelas como Wilson das Neves e Chico Buarque
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
São Jorge, no pingente do
sambista Diogo Nogueira, 28, é
cravejado de diamantes e fica
preso a um grosso colar de ouro. Nossa Senhora Aparecida
enfeita um dos dois anéis da
mão direita, e há ainda uma
pulseira e um enorme relógio.
As joias do sambista, que lança "Tô Fazendo a Minha Parte",
pela EMI, não são os únicos
itens nele que fazem lembrar
seu passado de jogador de futebol: Diogo tem frases curtas e
objetivas, no estilo pós-partida,
que, não raro, terminam num
"e tudo o mais".
"Eu sempre quis ser jogador
de futebol, desde pequeno.
Curtia ficar naquelas rodas de
samba e tudo o mais. Mas o
meu desejo mesmo era ser jogador de futebol", diz o cantor,
filho do sambista João Nogueira (1941-2000), que está numa
de suas dez tatuagens.
"Ao contrário do que dizem",
afirma Diogo, " o desejo dele
era que eu fosse jogador". Aos
domingos, pai e filho costumavam ir ao Maracanã, para ver o
Flamengo jogar. "Ele vivia sonhando com aquelas cores,
com me ver jogando no gramado", diz o músico.
Diogo tentou. Do Barra Futebol Clube, aos dez anos, até o
Cruzeiro de Porto Alegre, aos
23. Mas, pouco antes de assinar
o contrato, sofreu uma lesão no
joelho e voltou para o samba.
Era "velho demais" para esperar a recuperação da cirurgia e
retomar os jogos.
De volta ao Rio, onde nasceu
e cresceu, "começou a dificuldade de grana, essas coisas".
"Eu não sabia o que fazer, se estudava, se cantava, se operava o
joelho", conta. Ele, então, passou a dar canja em bares da Lapa, na zona sul, "pra tirar uma
onda, conquistar uma gatinha e
tudo o mais".
Depois do jogo
A indústria da música foi
mais gentil que a do futebol e,
três anos após o início das "canjas", Diogo, então com 26 anos,
gravou o primeiro CD. Agora,
no segundo, tem 12 shows marcados para julho -estará nos
dias 4 e 5 no Canecão, no Rio;
nos dias 24 e 25, no Citibank
Hall, em São Paulo.
O músico conseguiu parcerias de mestres como Arlindo
Cruz e Wilson das Neves, que o
viram crescer, para "Tô Fazendo a Minha Parte". O álbum
também tem encontros dele,
como compositor, com músicos jovens, como Ciraninho e
Flavinho Silva, entre outros
Há ainda a regravação de
"Malandro É Malandro, Mané
É Mané", de Bezerra da Silva,
que a autora de "Caminho das
Índias", Glória Perez, pediu a
Diogo para sua trilha. O músico, aliás, já teve duas regravações em novelas da Globo: "Tiro ao Álvaro" e "Maracangalha".
O disco tem ainda uma polêmica: a canção "Sou Eu", de
Chico Buarque e Ivan Lins, foi
cedida primeiro à cantora Simone por Lins e, depois, por
Chico a Diogo. "Ele me conhece
desde pequeno", diz o músico.
É com Chico, inclusive, que
Diogo joga as peladas que restaram depois da lesão e da decisão de ser músico. Três vezes
por semana, ele só resolve
"questões musicais" a partir
das 15h, quando sai do campo.
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