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POP
Programação dedicada à década agrada ao público com shows de Fernanda Abreu, Titãs, Pretenders e Simply Red
Anos 80 triunfam na noite de Brasília
SHIN OLIVA SUZUKI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A segunda noite do Brasília Music Festival, na última sexta, transcorreu sem tantos tumultos e problemas de infra-estrutura do dia
anterior e recebeu faixa etária
mais elevada em lugar dos adolescentes dos primeiros shows.
A escalação privilegiou a década
de 80, geração que a própria organização do BMF afirmava inicialmente ser seu público-alvo. Subiram ao palco principal a cantora
Fernanda Abreu e as bandas Titãs, Pretenders e Simply Red.
O clima mais calmo também se
deveu ao público menor que o autódromo Nelson Piquet, local do
evento, recebeu: 48 mil pessoas,
segundo a organização, e 30 mil,
de acordo com a PM -60 mil assistiram às apresentações do primeiro dia. As ocorrências policiais, porém, não diminuíram: 75
celulares foram furtados.
Fernanda Abreu, a primeira a
cantar, fez um set com hits de sua
carreira. "Kátia Flávia", "Rio 40
Graus" e um medley com citações
de Gerson King Combo, Lady Zu,
O Rappa e Planet Hemp conseguiam, aos poucos, trazer mais
pessoas próximo ao palco e introduzir mais uma atração nascida
nos anos 80, os Titãs.
Ninguém da platéia ainda havia
gritado "toca Raul Seixas", mas a
banda paulista iniciou seu show
com o cover de "Aluga-se". De
novidade, as canções do próximo
disco do grupo, "Como Estão Vocês?", que demonstram, aparentemente, uma tendência menos pop
e mais rock no novo CD.
Os Pretenders e sua líder Chrissie Hynde, como segunda atração
internacional do evento, quebraram a desconfiança gerada pela
fria performance de Alanis Morissette na noite anterior. A cantora
fazia contatos com o público, que
recebeu bem, mas sem tanta energia, clássicos como "Middle of the
Road" e "Don't Get me Wrong".
Tido como som "sofisticado"
por uns e "engomadinho" por outros, Mick Hucknall e o Simply
Red agradaram bastante. Talvez
para combinar com o requinte
dos britânicos, atendentes serviam doses de uísque com energético a R$ 5 em plena pista, enquanto o grupo se apresentava.
No show, o tom romântico foi
mais forte do que o oitentista.
Muitos casais se beijavam ao som
de "For Your Babies", no bis. "O
Simply Red fala de amor, o que se
contrapõe à violência de hoje",
explicava o técnico em informática Álvaro Rodrigues, 47.
Após o encerramento, poucas
pessoas assistiram ao trio carioca
Hapax, no palco alternativo. Mas
quem ficou demonstrava entusiasmo pela combinação de música eletrônica, performance, samplers e percussão com sucatas,
surpreendendo a noite mais tradicional do BMF.
O jornalista Shin Oliva Suzuki viajou a
convite da organização do festival
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