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Vencedor do Oscar com os filmes "Sindicato de Ladrões" e "A Luz É para Todos", diretor delatou comunistas nos anos 50
Cineasta Elia Kazan morre aos 94 nos EUA
DA REDAÇÃO
O cineasta e diretor de teatro
naturalizado norte-americano
Elia Kazan morreu ontem aos 94
anos, em sua casa em Nova York,
de acordo com a sua advogada,
Floria Lasky. Ela não revelou as
causas da morte.
Ficou célebre por filmes como
"Uma Rua Chamada Pecado"
-que lançou Marlon Brando no
cinema- e "Sindicato de Ladrões", Oscar de melhor filme e
diretor em 1954.
Foi um dos fundadores do Actors" Studio, que transformou o
modo de representar no teatro e
no cinema norte-americanos.
Com suas montagens teatrais, Kazan ajudou a consagrar autores
como Tennesse Williams ("Um
Bonde Chamado Desejo" e "Gata
em Teto de Zinco Quente") e Arthur Miller ("A Morte do Caixeiro
Viajante").
Em Hollywood, além do Oscar
por "Sindicato de Ladrões", recebeu a premiação por ter dirigido
"A Luz É para Todos" (1947). Assinou ainda a direção de clássicos
como "Vidas Amargas" (1955,
um dos principais filmes de James
Dean) e "Viva Zapata!" (1952).
Depois de completar 50 anos,
passou a se dedicar à literatura.
Escreveu seis romances e uma autobiografia. Dois livros viraram
filmes dirigidos por ele mesmo,
"América, América" (1963) e
"Movidos pelo Ódio" (1969).
Delação
O diretor teve sua carreira marcada pelo fato de ter denunciado,
ao Comitê de Atividades Antiamericanas do Senado, oito companheiros de teatro que, como ele,
tinham pertencido ao Partido Comunista nos anos 30. A delação
aconteceu durante depoimento
no dia 10 de abril de 1952.
E não foi tudo. Depois disso, ele
publicou um anúncio pago no
jornal "The New York Times" denunciando o comunismo e conclamando outras pessoas a colaborar com o comitê. Nas suas memórias, publicadas em 1988, o cineasta disse que não se arrepende
e que faria tudo de novo.
Essa atitude fez do diretor ""persona non grata" para vários integrantes da classe artística.
Em 1999, líderes da Academia
de Cinema de Hollywood decidiram dar ao cineasta um prêmio
especial pelo conjunto da obra, o
que reabriu feridas e despertou
controvérsias. Na noite da entrega
do prêmio, a cargo do diretor
Martin Scorsese e do ator Robert
de Niro, muitos presentes se recusaram a aplaudir Kazan.
Biografia
Kazan, cujo nome verdadeiro
era Elia Kazanjoglous, nasceu no
dia 7 de setembro de 1909, em
Constantinopla (atual Istambul),
na Turquia.
Filho de um vendedor de tapetes grego, em 1913 mudou-se com
a família para o bairro nova-iorquino do Harlem. Depois, a família foi para Nova Rochelle.
Frequentou os bancos da faculdade Williams, onde assistiu ao
filme "Encouraçado Potemkin",
de Sergei Eisenstein. Em decorrência, resolveu concentrar seus
estudos nas artes performáticas.
Depois de formado, entrou para
a Escola de Drama da Universidade Yale e para o Grupo de Teatro
de Nova York, em 1933.
Kazan foi casado por três vezes.
Com sua primeira mulher, Molly
Day Thatcher, teve quatro filhos:
Judy, Chris, Nick e Katharine.
Após a morte de Thatcher, o cineasta casou com Barbara Loden
e teve mais dois filhos: Leo and
Marco. Loden morreu de câncer
em 1967. Em 1982, ele casou com
Frances Rudge.
Além desses casamentos, em
suas memórias ele descreve vários
casos amorosos, entre eles um
com a atriz Marilyn Monroe.
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