MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Na era dos programas que valorizam o drama social, o jornalismo e as celebridades em detrimento à música, o cantor Roberto Frejat, 43, reclama: "Não nos chamam mais para ir à TV. As gravadoras e os ibopes não permitem mais fazerem um programa musical", diz o líder do Barão Vermelho, que está no ar com uma produção que respira música, o "Claro que É Rock", no Multishow.
A atração mostra, em 13 episódios -dos quais quatro já foram exibidos-, uma conversa informal e uma "jam session" sem ensaio com personalidades dos anos 80 e do panorama atual.
Tudo também é registrado numa espécie de making of, que entrecorta as entrevistas e as músicas, no ar em meia hora semanal: desde a chegada ao aeroporto ou ao estúdio onde foi gravado, no Rio, até as passagens de som, os erros nas letras e as conversas sobre rock que rolam nos pufes ao lado do palco, assistidas por uma atenciosa e pequena platéia.
Assim, despretensiosamente, o programa funciona. Musicalmente, Frejat exigiu qualidade e, para isso, chamou os companheiros de seu trabalho solo, de 2001. "Trouxemos uma equipe de som porque queríamos levar um som de show, não aquele de TV, onde o áudio fica em segundo plano."
O programa surgiu de um bem-sucedido encontro entre a produtora Raccord e os diretores, mas só ganhou força com o patrocínio da empresa de telefonia que teve seu nome associado à atração, que também promove um festival de música com o mesmo título.
Ainda haverá programas com Gabriel, o Pensador, e Marcelo Yuka e Maurício (F.Ur.T.O); Leo Jaime e Bruno (Biquíni Cavadão); Leoni e Bianca Jordão (Leela); Phillipe Seabra, Rogério Flausino e Marco Túlio (Jota Quest); Otto e Supla; Pitty e Marcelo Nova; Fernanda Takai e Liminha; Herbert Vianna e Evandro Mesquita; e Erasmo Carlos e Nando Reis.