São Paulo, quarta, 29 de outubro de 1997.




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GUERRA DE AUDIÊNCIA
"O limite é a consciência de cada comunicador"

da Reportagem Local

Gugu Liberato vem se mostrando uma das maiores armas do SBT na batalha pela audiência. Seu contrato com a emissora vai até 2002.
Além de vencer o "Domingão do Faustão" por dois finais de semana consecutivos, o apresentador começa também a incomodar nas noites de sábado.
No último dia 25, o "Sabadão", das 22h59 à 0h10 no SBT, fechou o horário com média de audiência de 20 pontos, contra 16 da Globo (cada ponto equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo). Depois da batalha do último domingo, Liberato deu a seguinte entrevista à Folha por fax. (MARIANA SCALZO)

Folha - No último "Domingo Legal", você apostou numa linha mais sentimentalista, com o grupo É o Tchan entregando presentes a crianças e também com o quadro do mendigo. Isso vai ser uma tendência?
Gugu Liberato -
Desde que assumi este horário, das 15h às 19h30, resolvi com minha produção que reduziríamos os quadros envolvendo mulheres para abordar temas mais ligados a variedades, musicais, entrevistas com ídolos e enfoques jornalísticos. O caso da entrega da ambulância e do cheque feita pelo grupo É o Tchan foi o resultado de um leilão que ocorreu na semana retrasada. Não foi simplesmente entregar presentes a crianças.
Quanto ao mendigo, trata-se de um quadro novo que se chama "Sentindo na Pele".
Não se trata unicamente de um quadro triste. Estarei atuando como um repórter que sai em campo para vivenciar determinadas realidades, determinadas situações. Pode ser algo triste -como foi nesse domingo- algo curioso, alguma denúncia etc.
Folha - O seu programa começou dez minutos antes do previsto e até as 16h30 estava muito "morno", apresentando apenas chamadas para as atrações. Suas "armas" só entraram no palco depois que começou o Faustão. Você tinha medo da reação da Globo?
Liberato -
O programa começou no horário e foi se montando de acordo com o momento e a receptividade do espectador. Seria mentiroso dizer que a entrada de Fausto Silva não representava um grande desafio. Mas o "Domingo Legal" sempre foi assim, ele vai se formatando de acordo com a receptividade do público.
Folha - É verdade que você está diminuindo a quantidade de quadros com mulheres no programa por acreditar que a audiência das 15h às 19h é diferente da das 12h às 16h?
Liberato -
É. Sinto que nessa nova faixa de horário existem mais mulheres ligadas na TV. As donas-de-casa já estão livres de seus afazeres e aproveitam a tarde para relaxar. E a televisão ainda representa a grande diversão do público.
Folha - Daqui para a frente, qual a sua expectativa em relação à audiência do "Domingo Legal"?
Liberato -
Que ele continue sendo bem recebido pelo público. Afinal, concorrências à parte, todo programa é feito com esse fim. Acredito no potencial do programa, conto com uma equipe azeitada e sei que ele poderá me render muitos bons frutos.
Folha - Até onde você acha que um apresentador pode ir na guerra pelo ibope? O que você não faria, de maneira nenhuma, para conseguir alguns pontos a mais na audiência? Qual o limite?
Liberato -
A briga pelo ibope sempre existiu. Isso não é novidade. O que eu jamais faria? Faltar com respeito ao meu público, humilhar alguém, mostrar mentiras... O limite é a consciência de cada comunicador.



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