São Paulo, Sexta-feira, 29 de Outubro de 1999
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TELEVISÃO
Pokemonmania movimenta US$ 5 bi no mundo todo em 99

FÁBIO ZANINI
de Londres

Eles estão em vitrines, estações de metrô, postes, ônibus e muros de Londres, não saem da televisão e começam a ser estudados seriamente por especialistas em busca de uma explicação.
Os pokemons, monstrinhos personagens de um videogame japonês, chegaram a Londres na semana passada, depois de arregimentar milhões de adeptos no Japão, nos EUA e mesmo no Brasil.
Descrita pelo jornal "The Guardian" como "o maior fenômeno cultural importado do Japão desde Godzilla", a Pokemonmania se tornou um sucesso instantâneo entre as crianças inglesas.
Pokemon, diminutivo de pocket monster (monstros de bolso), começou como um jogo do videogame portátil Gameboy, em 95, no Japão. Desde então, 12 milhões de unidades já foram vendidas por lá. Nos EUA, em apenas um ano, foram comercializados 6 milhões de jogos Pokemon.
O conceito é simples, mas inovador. O protagonista do jogo é Ash, um garoto que sonha ser treinador de artes marciais. Vivendo num mundo mágico, ele começa a treinar monstrinhos que vai encontrando pelo caminho e pegando para criar. À medida que são alimentados e treinados, os monstrinhos vão crescendo e se transformando em mestres lutadores de artes marciais.
Mas a "sacada" da Nintendo foi transformar Pokemon em um jogo interativo. A exemplo dos Tamagotchi, "bichinhos virtuais" que foram mania no Brasil no ano passado, os monstrinhos de Pokemon têm "vida própria".
Ligando seus Gameboys por cabos, dois amigos podem colocar seus monstrinhos para duelar. E, se um monstro-aprendiz não está sendo bem tratado, ele pode "fugir" de um aparelho para outro.
Neste ano, a marca Pokemon deve movimentar US$ 5 bilhões em todo o mundo. Os joguinhos são apenas o começo do meganegócio: desenho animado, filme, incontáveis sites na Internet, bonecos de pelúcia, comida enlatada e até um parque temático, no Japão, vieram a reboque.
Mas o sucesso não é unânime. "Os Pokemons são um crime contra a humanidade. Nossa missão é livrar o mundo deste mal", diz o manifesto de uma certa "Liga Anti-Pokemon", que está sendo divulgado pela Internet.
Algumas escolas dos EUA e do Brasil até proibiram o "comércio" de cartões dos monstrinhos entre as crianças.


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