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MUNDO GOURMET
Como nos velhos tempos
JOSIMAR MELO
Colunista da Folha
Será difícil que voltem os tempos das confeitarias, cafés e leiterias do centro da cidade, onde a comida era saboreada ao som de
piano e violinos, por cavalheiros distintos e,
na hora do chá, por senhoras de fino trato.
Era assim a Confeitaria Vienense, na rua
Barão de Itapetininga. Uma idéia da comida ali servida sobrevive em circunstâncias
bem distintas: nas salas do restaurante Der
Meister Stube, no Campo Belo.
A rota sinuosa entre os dois pontos foi
traçada pela proprietária, Helga Mathi, de
65 anos. Filha de alemães, ela foi casada
com Otto Mathi, nascido em Hamburgo, e
que veio para o Brasil a bordo do navio
Windhuk, trabalhando como garçom.
Entre 1948 e 1970 Otto foi sócio-gerente
da Vienense, da qual saiu por motivos de
saúde. Daí em diante o casal abriu e tocou,
por 17 anos, o restaurante Berlim Chopp.
Com a morte de Otto, Helga abriu em
1989 o Meister Stube, com as mesmas características e pratos (de cozinha alemã e
variada). E a curiosidade de funcionar numa associação católica, a Kolpinghaus.
Sua sala é simples e singela, com cortininhas na janela e vasinhos de flores (falsas)
nas mesas. O que contrasta com a antiquada enormidade das travessas servidas (não
se admite meia-porção).
Pelas mãos do chef cearense Francisco
Cavalcante, 58, há 20 anos com ela, Helga
serve as habituais salsichas com salada de
batata; o paprikaschnitzel (escalope de porco empanado com bolinho e spätzle -a
massinha de farinha cozida); o eisbein (joelho de porco) cozido com chucrute e batata;
o kassler (costela de porco) defumado, grelhado, com repolho roxo e batata sauté.
Mas, como nos velhos tempos, tem um
cardápio eclético, pratos às vezes mais pesados, mas nada que destoe do padrão dos
restaurantes alemães paulistanos.
Cotação: $ / Avaliação: regular
Endereço: r. Barão do Triunfo, 1.213 (Associação
Católica Kolpinghaus, tel. 0/xx/11/536-4982)
Diariamente: das 12h às 0h
Ambiente: singelo, dentro de uma associação
católica alemã
Serviço: tranquilo
Cozinha: alemã e variada, dentro da média
Cartões: nenhum
Quanto: entradas, R$ 7 a R$ 13,50; massas, R$ 11,50;
carnes e aves, R$ 13 a R$ 30; pescados, R$ 14 a R$
21,50; guarnições, R$ 4 a R$ 7,50; sobremesas, R$
2,50 a R$ 5,50
$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a
R$62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente
; ótimo ; bom ; regular (sem estrela); ruim
França na Itália
Tradicional rotisserie italiana, o
Il Pastaio rendeu-se aos franceses.
Sem abrir mão das suas massas,
agora serve também croissants e
guloseimas do pâtissier francês
Christophe Guillard -que prepara, na nova casa, pratos franceses
de bistrô na hora do almoço.
Brisa
Em Fortaleza, pode-se comer
frutos do mar de cara para a brisa
do mar verde de Iracema, no terraço do restaurante Tia Nair. A lagosta é durinha, mas os peixes
exalam frescor. Quem procurar
outras opções pode cair na mesma rede: o tradicional Alfredo é
do marido da Nair; e o Marquinhos, em Mucuripe, é do filho.
Fumaça
Dia 5 de novembro acontece o
3º Big Smoke -jantar onde charuteiros apreciam impunemente
seus havanas. Acontece no Havana Club do hotel Renaissance,
com belo menu do chef Vincent
Koperski e música de Hector Costita. Custa R$ 150 (tel. 0/xx/11/
3069-2233).
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