São Paulo, Sexta-feira, 29 de Outubro de 1999
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MUNDO GOURMET
Como nos velhos tempos

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Será difícil que voltem os tempos das confeitarias, cafés e leiterias do centro da cidade, onde a comida era saboreada ao som de piano e violinos, por cavalheiros distintos e, na hora do chá, por senhoras de fino trato.
Era assim a Confeitaria Vienense, na rua Barão de Itapetininga. Uma idéia da comida ali servida sobrevive em circunstâncias bem distintas: nas salas do restaurante Der Meister Stube, no Campo Belo.
A rota sinuosa entre os dois pontos foi traçada pela proprietária, Helga Mathi, de 65 anos. Filha de alemães, ela foi casada com Otto Mathi, nascido em Hamburgo, e que veio para o Brasil a bordo do navio Windhuk, trabalhando como garçom.
Entre 1948 e 1970 Otto foi sócio-gerente da Vienense, da qual saiu por motivos de saúde. Daí em diante o casal abriu e tocou, por 17 anos, o restaurante Berlim Chopp.
Com a morte de Otto, Helga abriu em 1989 o Meister Stube, com as mesmas características e pratos (de cozinha alemã e variada). E a curiosidade de funcionar numa associação católica, a Kolpinghaus.
Sua sala é simples e singela, com cortininhas na janela e vasinhos de flores (falsas) nas mesas. O que contrasta com a antiquada enormidade das travessas servidas (não se admite meia-porção).
Pelas mãos do chef cearense Francisco Cavalcante, 58, há 20 anos com ela, Helga serve as habituais salsichas com salada de batata; o paprikaschnitzel (escalope de porco empanado com bolinho e spätzle -a massinha de farinha cozida); o eisbein (joelho de porco) cozido com chucrute e batata; o kassler (costela de porco) defumado, grelhado, com repolho roxo e batata sauté.
Mas, como nos velhos tempos, tem um cardápio eclético, pratos às vezes mais pesados, mas nada que destoe do padrão dos restaurantes alemães paulistanos.


Cotação: $ / Avaliação: regular Endereço: r. Barão do Triunfo, 1.213 (Associação Católica Kolpinghaus, tel. 0/xx/11/536-4982) Diariamente: das 12h às 0h Ambiente: singelo, dentro de uma associação católica alemã Serviço: tranquilo Cozinha: alemã e variada, dentro da média Cartões: nenhum Quanto: entradas, R$ 7 a R$ 13,50; massas, R$ 11,50; carnes e aves, R$ 13 a R$ 30; pescados, R$ 14 a R$ 21,50; guarnições, R$ 4 a R$ 7,50; sobremesas, R$ 2,50 a R$ 5,50


$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


França na Itália
Tradicional rotisserie italiana, o Il Pastaio rendeu-se aos franceses. Sem abrir mão das suas massas, agora serve também croissants e guloseimas do pâtissier francês Christophe Guillard -que prepara, na nova casa, pratos franceses de bistrô na hora do almoço.

Brisa
Em Fortaleza, pode-se comer frutos do mar de cara para a brisa do mar verde de Iracema, no terraço do restaurante Tia Nair. A lagosta é durinha, mas os peixes exalam frescor. Quem procurar outras opções pode cair na mesma rede: o tradicional Alfredo é do marido da Nair; e o Marquinhos, em Mucuripe, é do filho.

Fumaça
Dia 5 de novembro acontece o 3º Big Smoke -jantar onde charuteiros apreciam impunemente seus havanas. Acontece no Havana Club do hotel Renaissance, com belo menu do chef Vincent Koperski e música de Hector Costita. Custa R$ 150 (tel. 0/xx/11/ 3069-2233).


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