São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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TRECHO

Ainda sob o impacto da ofensa, anda em traçados tortuosos até se dar conta de que está na frente da Confeitaria Colombo. (...)
Um homem desfila numa capa comprida, quente demais para a estação, com uma arrogância só amortecida pelo tombo que leva. Outro tem o pescoço enlaçado por uma gravata de cor brilhante e os pés enfiados em sapatos excessivamente bicudos (...)
Ao longe vê uma grande mesa com Olavo Bilac numa cabeceira e Coelho Neto na outra (...). Tudo neles soa exagerado (...)
Afonso dá o último gole (...), enquanto tira um pedaço de papel do bolso. Olha para um lado, para o outro, certo de que ninguém presta atenção a seus movimentos, e o enche com o desabafo: "É triste não ser branco". Dobra a frase e a recolhe.


Extraído de "O Passeador"


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