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Art Spiegelman e Joe Sacco são principais nomes do formato
DA REPORTAGEM LOCAL
Formato que no passado era
associado à fantasia e aos super-heróis, só recentemente os
quadrinhos têm sido utilizados
no Brasil como recurso para
contar histórias da vida real.
O americano Art Spiegelman, precursor do gênero, já
havia retratado os horrores da
Segunda Guerra no formato de
HQ em "Maus", baseado em
entrevistas com seu pai, um sobrevivente do Holocausto. O
primor de sua história de memórias em quadrinhos recebeu
o prêmio Pulitzer em 1992.
Quem consolidou o gênero
de jornalismo em quadrinhos,
no entanto, foi Joe Sacco, narrador-personagem de uma série de livros em que retrata sua
própria experiência em territórios marcados por guerras.
Nascido em Malta, em 1960,
e radicado nos Estados Unidos,
Sacco desenhou seus descaminhos por regiões inóspitas
-como Sarajevo e Gorazde, em
plena guerra da Bósnia, além de
Iraque e Faixa de Gaza- em livros-HQ premiados.
Agora, ele retorna à temática
do Oriente Médio com "Footnotes from Gaza" (notas de rodapé de Gaza), publicado neste
mês nos EUA -sem previsão
de lançamento no Brasil.
A HQ mistura representações das entrevistas feitas pelo
jornalista-narrador com retratos das memórias de seus interlocutores. Sacco retoma eventos ocorridos em 1956 nas cidades de Rafah e Khan Younis,
quando centenas de refugiados
palestinos foram mortos pelas
forças israelenses. Diante da
magnitude do conflito no
Oriente Médio, os dois episódios seriam apenas "notas de
rodapé", como sugere o título.
O livro foi destaque no jornal
britânico "The Guardian", que
o definiu como o trabalho mais
"ambicioso" de Sacco, "enraizado tanto no presente como
no passado" da região.
Outros trabalhos que seguiram os passos do jornalista-cartunista americano são "Persépolis", de Marjane Satrapi,
"Pyongyang - Uma Viagem à
Coréia do Norte", de Guy Delisle, e "É Tudo Mais ou Menos
Verdade", de Allan Sieber.
(FM)
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