São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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Comentário

Programa deixa de lado a intensidade de dias tensos

DENISE CHIARATO
EDITORA-ADJUNTA DE COTIDIANO

Para quem viveu naqueles dias de maio a ansiedade de retratar a origem e a dimensão dos ataques do crime organizado contra o Estado, o documentário "São Paulo sob Ataque" acerta ao expor a incompetência do governo, mas peca pela falta de intensidade e emoção.
Morno, com uma narração fria, não consegue transmitir a angústia da sucessão de mortes e de atentados e a sensação do quanto estávamos (ou estamos?) vulneráveis.
O programa reforça a tese -não confirmada- de que, dez dias antes, o Estado sabia das ameaças, mas não alertou seus próprios policiais. Por outro lado, compra fácil a versão de que o acordo que pôs fim ao pandemônio limitou-se à visita de uma advogada para comprovar que Marcola estava bem.
Mas vale ver o jogo de empurra-empurra dos ex-secretários Nagashi Furukawa e Saulo de Castro Abreu Filho. "Foi uma decisão errada na hora errada", diz Saulo, ao culpar o colega pela transferência de presos -estopim da crise. "Todos nós participamos das decisões", rebate Furukawa.
E Saulo ainda disse que o pânico que fez a população esvaziar as ruas e se refugiar em casa foi provocado pela imprensa, que, embora correta, noticiou os fatos com atraso. Ah tá!


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