|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Comentário
Programa deixa de lado a intensidade de dias tensos
DENISE CHIARATO
EDITORA-ADJUNTA DE COTIDIANO
Para quem viveu naqueles
dias de maio a ansiedade de retratar a origem e a dimensão
dos ataques do crime organizado contra o Estado, o documentário "São Paulo sob Ataque"
acerta ao expor a incompetência do governo, mas peca pela
falta de intensidade e emoção.
Morno, com uma narração
fria, não consegue transmitir a
angústia da sucessão de mortes
e de atentados e a sensação do
quanto estávamos (ou estamos?) vulneráveis.
O programa reforça a tese
-não confirmada- de que, dez
dias antes, o Estado sabia das
ameaças, mas não alertou seus
próprios policiais. Por outro lado, compra fácil a versão de que
o acordo que pôs fim ao pandemônio limitou-se à visita de
uma advogada para comprovar
que Marcola estava bem.
Mas vale ver o jogo de empurra-empurra dos ex-secretários Nagashi Furukawa e Saulo
de Castro Abreu Filho. "Foi
uma decisão errada na hora errada", diz Saulo, ao culpar o colega pela transferência de presos -estopim da crise. "Todos
nós participamos das decisões", rebate Furukawa.
E Saulo ainda disse que o pânico que fez a população esvaziar as ruas e se refugiar em casa foi provocado pela imprensa,
que, embora correta, noticiou
os fatos com atraso. Ah tá!
Texto Anterior: Canal Discovery reconstitui série de ataques a SP Próximo Texto: Obras-primas de Veneza estão em publicação Índice
|