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MÚSICA ERUDITA
Panorama discográfico brasileiro contém gravações de peças do colonialismo mineiro à vanguarda paulista
Produção nacional alcança panteão atual
ARTHUR NESTROVSKI
ARTICULISTA DA FOLHA
Com todos os senões do panorama discográfico brasileiro, continuam aparecendo coisas boas, e
muito mais que boas, num largo
espectro que vai da música colonial mineira à vanguarda paulista.
Nem sempre é possível dar conta em detalhe do que merece.
Exemplos: a integral dos "Caprichos" de Paganini (1784-1840) pelo jovem violinista Edson Scheid
(selo Karmim), primeiro brasileiro a gravar todos os 24; o primeiro
disco de uma projetada integral
das sonatas para piano de Mozart
(1756-91), interpretadas por Clara
Sverner (Visom); a coletânea de
peças recentes do paulistano Edson Zampronha, sobre quem um
ex-orientador fica impedido de
fazer os devidos elogios (Annablume); e o simpático estrambótico cd do Duo Clarones (YB).
Num plano ainda mais alto, onde o virtuosismo dos dedos nem
chama a atenção, à sombra dos
fogos musicais, é preciso mencionar o disco (independente) de estréia da pianista Olga Kopylova,
"Estrela da Manhã".
Nascida no Uzbequistão, radicada no Brasil desde 1999, aos 24
anos a pianista da Osesp é uma
das maiores em atividade no país.
Esse consenso só deve aumentar
com o lindo disco, em que interpreta compositores russos: Medtner, Scriabin, Rachmaninoff e
Prokofiev.
A seleção de lançamentos nesta
página, então, deve ser entendida
no sentido estrito do termo: é
uma seleção, uma meia-dúzia mínima de discos, defendendo as cores da nossa música no panteão
das artes de agora.
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