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Brasil vive "onda ficcional" no documentarismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Movendo-se em direção à ficção, documentaristas brasileiros acrescentam mais pontos
de dúvida na sempre discutida
(e jamais suficientemente determinada) fronteira entre os
gêneros.
Além de José Padilha, que fez
com "Tropa de Elite" seu primeiro título de ficção, há outros exemplos da "migração".
O documentarista Kiko Goifman ("Atos dos Homens") se
prepara para filmar em 2007
"Filmefobia", uma ficção que
tematiza o gênero documental.
Em "Filmefobia", um documentarista, que será interpretado pelo crítico Jean-Claude
Bernardet, tenta produzir um
documentário sobre fobia.
Um requisito que Goifman
impôs a "Filmefobia" é que todos os membros envolvidos
com o projeto de fato sofram de
algum tipo de fobia, recurso para embaralhar ainda mais as
cartas do real e do imaginário.
Também formado no documentarismo, o diretor Chico
Teixeira ("Carrego Comigo")
acaba de realizar a ficção "A Casa de Alice", que deve estar na
seleção do próximo Festival de
Berlim (de 8 a 18 de fevereiro).
O documentarista Carlos
Cortez ("Geraldo Filme") estreou neste ano na ficção, com
"Querô", premiado com quatro
Candangos no Festival de Brasília, incluindo os de melhor roteiro (Cortez, com Bráulio
Mantovani e Luiz Bolognesi) e
ator (Maxwell Nascimento).
Tido como o grande mestre
brasileiro do documentário,
Eduardo Coutinho ("Peões",
"O Fim e o Princípio") escalou
atrizes de renome como Marília Pêra para seu próximo filme,
o ainda inédito "Jogo de Cena".
Gravado num teatro, "Jogo
de Cena" mescla a "atuação" de
mulheres anônimas e de atrizes, que interpretam os relatos
das primeiras, além de ser entrevistadas pelo diretor.
Após a experiência de filmar
"Tropa de Elite", Padilha afirma que "há várias diferenças
fundamentais entre a realização de um documentário e de
uma ficção", como "a necessidade imperativa da confiança
na equipe e no elenco do filme".
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