São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

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Brasil vive "onda ficcional" no documentarismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Movendo-se em direção à ficção, documentaristas brasileiros acrescentam mais pontos de dúvida na sempre discutida (e jamais suficientemente determinada) fronteira entre os gêneros.
Além de José Padilha, que fez com "Tropa de Elite" seu primeiro título de ficção, há outros exemplos da "migração".
O documentarista Kiko Goifman ("Atos dos Homens") se prepara para filmar em 2007 "Filmefobia", uma ficção que tematiza o gênero documental.
Em "Filmefobia", um documentarista, que será interpretado pelo crítico Jean-Claude Bernardet, tenta produzir um documentário sobre fobia.
Um requisito que Goifman impôs a "Filmefobia" é que todos os membros envolvidos com o projeto de fato sofram de algum tipo de fobia, recurso para embaralhar ainda mais as cartas do real e do imaginário.
Também formado no documentarismo, o diretor Chico Teixeira ("Carrego Comigo") acaba de realizar a ficção "A Casa de Alice", que deve estar na seleção do próximo Festival de Berlim (de 8 a 18 de fevereiro).
O documentarista Carlos Cortez ("Geraldo Filme") estreou neste ano na ficção, com "Querô", premiado com quatro Candangos no Festival de Brasília, incluindo os de melhor roteiro (Cortez, com Bráulio Mantovani e Luiz Bolognesi) e ator (Maxwell Nascimento).
Tido como o grande mestre brasileiro do documentário, Eduardo Coutinho ("Peões", "O Fim e o Princípio") escalou atrizes de renome como Marília Pêra para seu próximo filme, o ainda inédito "Jogo de Cena".
Gravado num teatro, "Jogo de Cena" mescla a "atuação" de mulheres anônimas e de atrizes, que interpretam os relatos das primeiras, além de ser entrevistadas pelo diretor.
Após a experiência de filmar "Tropa de Elite", Padilha afirma que "há várias diferenças fundamentais entre a realização de um documentário e de uma ficção", como "a necessidade imperativa da confiança na equipe e no elenco do filme".


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