São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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CRÍTICA

Grupo transcende o cenário pós-Chico Science

FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Nem parece que foi ontem que o acontecido aconteceu/ Nem parece que o esperado num instante desapareceu", Felipe canta sobre o fim de um relacionamento, mas parece estar falando do estado atual da música brasileira. Afinal de contas, até outro dia vivíamos o ápice da música de mercado, martelando 24 horas por dia e o fundo do poço no quesito inovação musical. Em menos de cinco anos, a música brasileira vive literalmente uma fase de ouro.
Mesmo tendo ecos fortes e talvez até mais importantes a longo prazo em cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, a reinvenção da auto-estima brasileira tem a ver com o coro dos descontentes descrito no manifesto/press-release que inaugurou o mangue beat, em 92.
Assim pode ser descrito o Mombojó, uma palavra inventada, cujo nome não quer dizer nada específico: "É uma viagem da gente em não se apegar a coisas concretas, nossas letras têm uma referência mais abstrata", explica o vocalista.
Tentativas podem colocar os sete garotos como filhotes musicais da parceria Tom Zé e Tortoise ou uma antecipação de um encontro fictício entre o Hurtmold, o Mundo Livre S/A e o Instituto, envoltos por baforadas brancas de reggae apocalíptico. "Nadadenovo" avisa pro resto do Brasil que este ano os trabalhos começam antes do Carnaval, com um disco surpreendente, coeso, reverente e, que beleza, divertido.
(ALEXANDRE MATIAS)


Nadadenovo
    
Artista: Mombojó
Lançamento: independente
(mombojo@mombojo.com.br)
Quanto: R$ 15



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