São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2007

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entrevista

Ampliação é algo normal, diz Jack Lang

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A polêmica sobre a expansão internacional dos museus franceses mobilizou também o mundo político do país. Entre as vozes que se levantaram para defender os projetos, a que mais teve eco foi a do socialista Jack Lang, ex-ministro da Cultura.
Não é para menos. Lang, que foi nomeado ministro em 1981 pelo então presidente François Mitterrand, é um dos políticos mais respeitados no universo artístico da França.
Crítico atroz da atual política cultural francesa e defensor do financiamento público dos museus, Lang não hesitou em se declarar a favor do projeto de Abu Dhabi.
Em entrevista à Folha, o ex-ministro francês disse que a atual polêmica sobre Abu Dhabi é absurda. Segundo ele, é normal que uma grande instituição como o Louvre esteja presente em diferentes partes do mundo, "desde que a direção do museu na França preserve o controle científico, técnico e cultural das exposições".
Jack Lang também rebateu as críticas de que o patrimônio cultural francês esteja sendo vendido a instituições estrangeiras e afirmou que as coleções dos museus franceses são inalienáveis.
"Ao contrário do que afirmam alguns, o Louvre não está se mercantilizando. Ele simplesmente organiza exposições e tem projetos de abrir anexos em outras partes do mundo. Naturalmente, essas operações têm uma contrapartida financeira. Se ela é privada ou pública, não tem muita importância", afirma ele.
Para Lang, a polêmica suscitada pelos autores do manifesto significa uma "apropriação cultural e moral de um grupo de pessoas que deseja reservar o acesso à cultura a uma população restrita". (ACD)


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