São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2007

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São Paulo Fashion Week/Outono-inverno 2007

Marcelo Sommer arrasa com country-pop

Grife Do Estilista encerra a maratona de desfiles da SPFW; Huis Clos transforma mulheres maduras em modelos

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA

VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A 22ª edição da São Paulo Fashion Week deixou para os últimos instantes a apresentação de duas das melhores coleções da temporada outono-inverno. Marcelo Sommer, com a grife Do Estilista, e Clô Orozco, com a Huis Clos, encantaram os fashionistas com seu vigor.
A coleção de Sommer, muito moderna e de execução impecável, teve um perfil country-pop, recuperando o rico universo de inspiração do designer, povoado de imagens lúdicas e de lembranças afetivas.
Bordados de mesa, tacos de madeira, ferraduras, cavalos e paisagens bucólicas foram apenas alguns itens do incrível carrossel de estampas criados por Sommer, e apareceram em camisões, calças e ótimos vestidos comportados.
O tecido do tradicional cobertor Parahyba deu forma a um terno, virou casaco e também rendeu uma ótima calça de caubói, com franjinhas laterais. O tema eqüestre apareceu ainda em jaquetas e coletes imitando selas, como o desfilado por Luciana Curtis.
Na passarela de metal rústico, com ares industriais, a Huis Clos fez 15 mulheres mais velhas (e lindas) se juntarem às jovens modelos, criando uma das imagens mais libertárias do evento. "Convidei mulheres mais maduras para mostrar que a grife veste várias faixas etárias e também para provar que a idade não é um impedimento para que elas sejam modelos", disse a estilista.
A imagem do inverno da Huis Clos evoca proletárias, como o lenço-boné que remete ao adereço usado pela personagem Rose, the Riveter (algo como Rose, a máquina de pregar), criada durante a Segunda Guerra nos EUA, quando as mulheres precisaram ir para as fábricas substituir os homens, que estavam no front. Mais tarde, essa figura se transformou em ícone da luta das feministas.
A silhueta apareceu mais ampla, com ótimas calças e macacões com volumes nas pernas e vestidos soltos, como o xadrez grunge com capuz e o de alças esportivas. Havia um perfume anos 20, nos laços e nas cinturas deslocadas para baixo.
A V.Rom apresentou boas propostas de streetwear confortável e elegante. Destaque para a alfaiataria esperta, como o conjunto de jaqueta e bermuda safári com camisa branca e gravata, os looks xadrezes e as calças de moletom ajustadas.
Pautada por uma elegância poética, construída a partir de uma fantasia amorosa entre um gato e uma estrela, Isabela Capeto resgatou o melhor de seus componentes de estilo, especialmente o delicado trabalho artesanal, usado com bom gosto e senso de integração entre estrutura e decoração.


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