|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
São Paulo Fashion Week/Outono-inverno 2007
Marcelo Sommer arrasa com country-pop
Grife Do Estilista encerra a maratona de desfiles da SPFW; Huis Clos transforma mulheres maduras em modelos
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A 22ª edição da São Paulo
Fashion Week deixou para os
últimos instantes a apresentação de duas das melhores coleções da temporada outono-inverno. Marcelo Sommer, com a
grife Do Estilista, e Clô Orozco,
com a Huis Clos, encantaram
os fashionistas com seu vigor.
A coleção de Sommer, muito
moderna e de execução impecável, teve um perfil country-pop, recuperando o rico universo de inspiração do designer, povoado de imagens lúdicas e de lembranças afetivas.
Bordados de mesa, tacos de
madeira, ferraduras, cavalos e
paisagens bucólicas foram apenas alguns itens do incrível carrossel de estampas criados por
Sommer, e apareceram em camisões, calças e ótimos vestidos comportados.
O tecido do tradicional cobertor Parahyba deu forma a
um terno, virou casaco e também rendeu uma ótima calça de
caubói, com franjinhas laterais.
O tema eqüestre apareceu ainda em jaquetas e coletes imitando selas, como o desfilado
por Luciana Curtis.
Na passarela de metal rústico, com ares industriais, a Huis
Clos fez 15 mulheres mais velhas (e lindas) se juntarem às
jovens modelos, criando uma
das imagens mais libertárias do
evento. "Convidei mulheres
mais maduras para mostrar
que a grife veste várias faixas
etárias e também para provar
que a idade não é um impedimento para que elas sejam modelos", disse a estilista.
A imagem do inverno da Huis
Clos evoca proletárias, como o
lenço-boné que remete ao adereço usado pela personagem
Rose, the Riveter (algo como
Rose, a máquina de pregar),
criada durante a Segunda
Guerra nos EUA, quando as
mulheres precisaram ir para as
fábricas substituir os homens,
que estavam no front. Mais tarde, essa figura se transformou
em ícone da luta das feministas.
A silhueta apareceu mais ampla, com ótimas calças e macacões com volumes nas pernas e
vestidos soltos, como o xadrez
grunge com capuz e o de alças
esportivas. Havia um perfume
anos 20, nos laços e nas cinturas deslocadas para baixo.
A V.Rom apresentou boas
propostas de streetwear confortável e elegante. Destaque
para a alfaiataria esperta, como
o conjunto de jaqueta e bermuda safári com camisa branca e
gravata, os looks xadrezes e as
calças de moletom ajustadas.
Pautada por uma elegância
poética, construída a partir de
uma fantasia amorosa entre
um gato e uma estrela, Isabela
Capeto resgatou o melhor de
seus componentes de estilo, especialmente o delicado trabalho artesanal, usado com bom
gosto e senso de integração entre estrutura e decoração.
Texto Anterior: Entrevista: Ampliação é algo normal, diz Jack Lang Próximo Texto: A grande piada da "sustentabilidade" no palco da moda Índice
|