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Mudança de alguns termos já é consenso
DA REPORTAGEM LOCAL
A discussão sobre a tradução
da obra de Freud é quase tão
antiga quanto a própria psicanálise. Freud se preocupava
com a clareza dos seus textos,
que serviam à divulgação. O seu
estilo já foi chamado de "prosa
científica" e a qualidade literária de seu texto rendeu o Prêmio Goethe, em 1930.
Atualmente existe uma tendência majoritária de se revisar
as traduções antigas para expurgar os excessos da terminologia técnica, que serviram no
passado para conquistar respeitabilidade e reconhecimento na comunidade científica.
Os esforços mais radicais
nesse sentido acontecem no
Reino Unido, que tem tradição
empirista. No Brasil, é avançada a discussão sobre a revisão
do texto freudiano. Além de
Marilene Carone, que antes de
morrer em 1988 já propunha
esse trabalho, o psicanalista
Luiz Alberto Hanns coordena
uma retradução de obras essenciais freudianas também
guiado por esse critério. Para
isso, utilizou teses de seu "Dicionário Comentado do Alemão de Freud" (Imago, 1996).
"No Brasil se usava a opção
francesa ou inglesa de maneira
apaixonada", diz Hanns. Os
três volumes de "Escritos sobre
a Psicologia do Inconsciente", a
seu cargo, já foram lançados.
Termos adotados pela nova
tradução de Paulo César de
Souza, como "eu" (no lugar de
"ego"), já são praticamente
consenso. "Boa parte da comunidade já usa "eu". Os franceses
já usavam", diz Hanns.
As discussões devem continuar, já que nos próximos anos
novas traduções serão lançadas. A L&PM está publicando
"O Mal-Estar na Cultura" e "O
Futuro de uma Ilusão", com
tradução de Renato Zwick.
(MS)
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