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Sem-teto querem obra
DA REPORTAGEM LOCAL
"Antes, para tomar banho, só
usava o chafariz da praça da Sé",
conta Ísis Matias Abrantes, 18,
uma das sem-teto que adotaram o
contêiner da artecidadezonaleste.
Para os moradores do largo do
Glicério, tanto faz se a obra é renegada. O que eles gostariam é que
ela ficasse, com seu banheiro e
tanques para lavar roupa.
"Gastaram dinheiro para construir tudo isso. O que custa deixar
para nós?", pergunta Fábio Nascimento, 23, um dos líderes da comunidade. O projeto já previa a
desmontagem ao fim da mostra.
Desde que foi instalado, há cerca de 45 dias, o contêiner tem sido
palco para uma série de atividades coordenada pela Associação
pelo Direito de Brincar (IPA, em
inglês), uma ONG internacional.
Entidade parceira do evento, a
IPA (www.ipa-br.org.br) organizou aulas de desenho e pintura,
capoeira, um programa de voluntariado, discussões sociopolíticas,
conseguiu encaminhar um deles
para o mercado de trabalho e ainda coordena a elaboração de um
livro com os sonhos dos moradores de rua, uma idéia que partiu
dos próprios sem-teto.
Jean Luiz Espírito Santo, 33,
coordenador administrativo da
IPA, conta que os sem-teto ainda
pediram oficina de artesanato,
cursos profissionalizantes e serviço psicológico. "Pretendemos
continuar o trabalho mesmo que
não seja ali, talvez numa casa disponibilizada por alguma entidade
parceira", diz.
(IF)
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